Cidades

Governo local pretende retomar o Projeto Orla

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postado em 08/11/2008 08:37
Os brasilienses ganharão três novas áreas de lazer à beira do Lago Paranoá até o fim de 2009. O GDF pretende retomar o Projeto Orla, que se arrasta governo após governo há 12 anos. Para isso, contratou uma empresa de arquitetura que reestudou o projeto e propôs novas soluções para a democratização do acesso ao espelho d;água. Em dois anos, sete pólos serão construídos, mas três deles foram eleitos como prioridade: a Concha Acústica, que será revitalizada, o Parque Anfiteatro Natural do Lago Sul, entre as QLs 12 e 14, e o Beira Lago, um espaço gastronômico ao lado da Ponte JK. Os projetos estão prontos e aprovados pelo governo, que espera apenas a liberação do licenciamento ambiental para dar início às obras. Como os empreendimentos serão construídos às margens do lago, precisam ser aprovados pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). A expectativa é que a licença seja concedida até o fim deste ano. Assim, as obras poderiam ser iniciadas em janeiro e concluídas em 12 meses. Em algumas áreas, parcerias público-privadas serão feitas, mas o governo será responsável por urbanizar os locais, com construção de quiosques, calçadão e plantio de árvores. As obras custarão cerca de R$ 20 milhões. Parte dos recursos, R$ 15 milhões, virá do governo federal. Deputados federais e senadores vão propor uma emenda ao projeto de lei orçamentária da União para o ano que vem. O restante será bancado pelo GDF. O passo inicial é revitalizar a Concha Acústica. Atualmente, ela ocupa uma área de 8,4 mil metros quadrados. Além do anfiteatro, com capacidade para cerca de 10 mil pessoas, o local tem quiosques, que estão fechados e depredados (veja Memória). A idéia do governo é reformar as estruturas e dar cara nova ao local. ;Queremos aproveitar todo o terreno, que tem 22 hectares. A Concha Acústica não será palco de grandes espetáculos, mas um local destinado para fomentar a cultura local;, explica o gerente do Projeto Orla, Heleno Carvalho. No local, serão construídos seis restaurantes que formarão o Centro Comercial Farol do Lago. As obras serão iniciativa de empresas privadas e, segundo Heleno, os lotes foram vendidos em 1997. Ao governo, caberá arborizar o espaço. Estão previstas a construção de um bosque com pista de cooper, do Museu da Igualdade Racial e de uma sala sinfônica, chamada de Palácio da Música (veja Arte). Uma marina pública também será feita e os visitantes poderão alugar barcos para fazer passeios no Lago Paranoá. Beira Lago A área de 35 mil metros quadrados ao lado da Ponte JK será um pólo gastronômico. São 43 lotes comerciais, todos vendidos. Algumas obras estão em andamento, mas o governo precisa urbanizar a área. Os restaurantes não terão muros ou cercamento. Serão distribuídos lado a lado ao longo de um calçadão e terão terraços para que refeições sejam servidas ao ar livre. O Parque Anfiteatro Natural Lago Sul é, hoje, uma grande área verde vazia freqüentada por praticantes de esportes radicais, como Asa Delta. O novo projeto prevê a construção de píeres de madeira que podem ser usados para a prática de esportes náuticos, além de quiosques e banheiros, que servirão de apoio às atividades. Além disso, a sede do Pelotão Lacustre será transferida do terreno que fica ao lado da Ponte das Garças para o local. O projeto foi apresentado ao Ministério Público do DF na última quarta. Apesar de elogiar a iniciativa, o órgão tem duas críticas. De acordo com a assessoria de imprensa do MP, os promotores afirmam que o governo deveria desocupar as áreas invadidas pelos moradores dos lagos Sul e Norte, que deveriam ser de livre acesso à população, e destinar espaços para as classes média e baixa. Para os promotores, o projeto é destinado apenas à classe alta. Memória Poucos avanços em 12 anos O Projeto Orla foi criado em 1996 para dar vida às margens do Lago Paranoá. O objetivo era a criação de 11 pólos para democratizar o acesso ao espelho d;água, criar empregos e opções de lazer para o brasiliense. A idéia inicial previa a construção de píeres, hotéis, restaurantes, bares, museus, cinemas, centros tecnológicos e quiosques. Doze anos depois, o projeto está longe de alcançar os objetivos. O primeiro pólo a ser executado foi o de número 3, onde fica a Concha Acústica. O local já foi point da cidade, mas, atualmente, está abandonado. A Ermida Dom Bosco é outra área do plano, mas faltam opções para atrair um público maior. O pólo 2 saiu do papel, mas não é um ponto em que as pessoas tenham acesso livre ao lago: ele foi ocupado por hotéis. Outras áreas previstas foram completamente desvirtuadas. Em um dos lotes do Projeto Orla no Setor de Clubes Sul está sendo construída a nova sede do Conselho de Justiça. Existem ainda áreas transformadas em parques, mas que jamais foram urbanizadas. O único pólo que deu certo é o 11, onde está o Pontão do Lago Sul, inaugurado em 2000. Administrado pela iniciativa privada, o local atrai até sete mil pessoas durante os fins de semana. Hoje, quem freqüenta o Pontão pode usufruir de ampla área verde, parque infantil, ciclovia à beira do lago, além de quatro restaurantes.

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