postado em 09/11/2008 10:36
Em pouco mais de uma hora, a chuva forte que caiu na tarde de ontem derrubou árvores, inundou lojas e deixou os motoristas em estado de alerta. Os ventos de 60km/h durante o temporal causaram estragos no Plano Piloto. O Corpo de Bombeiros atendeu a 13 chamadas de socorro, todas nas asas Sul e Norte. A água atrapalhou o atendimento no Hospital Regional da Asa Sul (Hras), já que o corredor do centro obstétrico teve um princípio de inundação. Na Ponte JK, as placas de sinalização foram arrancadas pelo vento e caíram no Lago Paranoá. Os brasilienses devem se preparar para mais dias com trovoadas e céu carregado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) garante que a chuva vai continuar nos próximos dias, especialmente à tarde.
O temporal começou por volta das 17h. Na W3 Norte, árvores caídas bloqueavam parcialmente a avenida. Na altura da 511 Norte, os dois lados da via ficaram totalmente obstruídos. No sentido sul/norte, a via ficou alagada. No sentido contrário, uma árvore caiu e bloqueou a pista. O Corpo de Bombeiros foi chamado para serrar os galhos e restabelecer o trânsito.
Na 312 Norte, uma árvore caiu sobre três carros. A dona-de-casa Maria Aparecida de Lima Alves, 49 anos, foi uma das que tiveram prejuízos com o temporal. Seu Fiat Uno ficou destruído. ;Não sei o que fazer, isso nunca aconteceu comigo. Não tenho seguro;, lamentava-se a dona-de-casa.
Na comercial da 211 Norte, uma árvore caiu sobre o Palio do advogado Cristiano Machado, 57 anos. Ele tem um escritório na comercial da quadra e tinha acabado de estacionar quando aconteceu o incidente. ;Até pensei em descer para tirar o carro, com medo de que isso acontecesse. Só não fiz isso porque estava caindo muito raio;, contou o advogado. Por causa da queda, o acesso do Eixinho à comercial ficou obstruído até que os bombeiros removeram a árvore. Próximo ao Autódromo Internacional de Brasília, o alagamento quase engoliu o carro de Sandro Alencar que, sozinho, tentava retirá-lo do alcance das águas. Na 505 Sul, uma árvore caiu e derrubou um poste de iluminação pública.
No Hras, o alagamento foi causado por um problema no escoamento das calhas do telhado do centro obstétrico. A água entrou pelas fendas do bocal das lâmpadas e inundou o corredor da unidade. O vice-diretor do Hras, Paulo Lassance, disse que o problema não foi grave e que nenhuma das quatro gestantes precisou ser removida. O Correio não pôde entrar no local para verificar a extensão dos estragos, mas o vice-diretor garantiu que não havia nenhum recém-nascido no momento. ;Com rodos e baldes, funcionários retiraram a água rapidamente;, disse Lassance. ;Vamos repensar o sistema de calhas para evitar novos incidentes. A limpeza é feita mensalmente, mas por causa da seca tinha muita sujeira;, acrescentou o vice-diretor.
Na 405 Norte, uma loja de sapatos também ficou inundada e o proprietário precisou da ajuda dos bombeiros. Na 710 Norte, os estragos foram em um restaurante. A tesourinha entre as quadras 209 e 210 Norte ficou inundada.
De acordo com o Inmet, a chuva não foi tão intensa. ;Como houve muitas trovoadas, as pessoas ficam com impressão de que a chuva foi mais forte. Mas tudo ficou dentro da normalidade;, explicou a meteorologista Odete Chiesa. Nos próximos dias, deve voltar a chover na cidade, e serão chuvas fortes. Em pouco mais de uma hora, os aparelhos do Inmet registraram 9mm de chuva. A umidade variou entre 36% e 92% e a temperatura mais alta foi de 30°C no começo da tarde.