postado em 10/11/2008 13:22
Faltando pouco mais de três meses para o carnaval de Brasília, as negociações entre escolas de samba e governo já foram iniciadas. A grande discussão para a festa do próximo ano gira em torno da retomada da comemoração ao Plano Piloto. A proposta foi apresentada na última quinta-feira (6/11) em uma reunião entre a União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo (Uniesbe) e a Brasília-Tur, encarregada da coordenação da festa. O documento conta com a assinatura das 18 entidades que desfilam no carnaval da cidade. Todas alegam que as condições oferecidas no Ceilambódromo ainda são precárias e prejudicam o carnaval da capital.
O acúmulo de lama e a falta de espaço para a concentração das escolas é a maior reclamação. Segundo os carnavalescos, a área montada pelo governo em Ceilândia funciona de forma provisória e comprometeu o sucesso da festa comparado ao antigo Caldeirão da Folia, próximo à Torre de TV. ;A comemoração no Ceilambódrimo só vai dar certo quando o local for todo asfaltando. Enquanto isso não acontecer seremos obrigados a entrar na avenida sujos de lama;, protesta o presidente da Uniesbe, Frederico Augusto Pereira.
A Brasília-Tur ainda não apresentou uma data precisa para a decisão sobre o pedido. Entretanto, comprometeu-se em avaliar as reivindicações já nas próximas semanas. A análise também irá contar com o apoio formal da Secretária de Cultura. Uma análise comparativa das comemorações até 2005, quando o carnaval de Brasília passou a ser realizada em Ceilândia, será apresentado pelo governo antes de anunciar a posição sobre o assunto.
O secretário adjunto de Cultura, Beto Salles, refuta os protestos dos carnavalescos. Para ele, o carnaval em Ceilândia já está consolidado e dificilmente será deslocado para o Plano Piloto. "Em nenhum ano tivemos a presença de 80 mil pessoas durante os quatro dias de festa. Isso só aconteceu ano passado, quando aprimoramos as instalações do Ceilambódromo. Acho difícil essa proposta ir adiante", observa.
Trânsito
Mesmo sem dar uma posição sobre o pedido, o governo já antecipou alguns pontos que podem barrar a proposta. Uma delas é o congestionamento causado na zona central da cidade com a comemoração. Mas as escolas rebatem. ;Se o trânsito pode ficar lento em Ceilândia o mesmo pode acontecer no Plano Piloto". As escolas de samba também defendem que haverá um público presente ainda maior na festa com a retomada do Caldeirão da Folia.
Recursos
As escolas de samba também pedem pressa ao governo na liberação dos recursos que são repassados pelo governo às escolas de samba. Na festa deste ano, a primeira parcela do dinheiro foi liberada apenas em 30 de janeiro. As escolas tiveram de organizar-se para cobrir as despesas e a segunda parte foi entregue apenas no dia 6 de fevereiro, na quarta-feira de cinzas. O assunto também deverá entrar nas rodadas de negociações com a Brasília-Tur e a Uniesbe para o carnaval de 2009. As agremiações vão buscar receber os incentivos com antecedência para não atrasarem os preparativos para a festa.