postado em 12/11/2008 12:45
Há três dias os cerca de 250 funcionários à serviço do Centro de Internação de Adolescentes Granja das Oliveiras (Ciago), no Recanto das Emas, foram desligados da instituição. No entanto, muitos profissionais contratados pelo Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDP) ; que administrava o local - continuam trabalhando sem vínculo na esperança de serem readmitidos.
Os funcionários foram dispensados com o fim do contrato emergencial, firmado entre a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus) e o IDP, em maio deste ano. Hoje, apenas 15% dos profissionais deixaram de aparecer para trabalhar. O acordo tinha validade de seis meses e venceu no domingo passado (9/11).
Uma funcionária ; que preferiu não se identificar ; contou à reportagem do correiobraziliense.com.br que ela e os colegas foram informados pela diretoria do IDP que a empresa teria interesse em continuar no Ciago e que uma nova proposta teria sido entregue ao governo. Mas, que até o momento a Sejus não havia se manifestado. ;Eles falaram que tinham interesse de continuar com a gente caso o contrato seja renovado. Mas, quando vai ser? E será que vai ser renovado? Se não for teremos que começar a procurar um novo emprego;, afirma a mulher. Segundo ela, todos os funcionários já receberam os direitos legais referentes à demissão.
Solução
O secretário de Justiça do DF, Peniel Pacheco, esteve reunido esta manhã com os funcionários. ;O assunto está sendo tratado com o Ministério Público e outros órgãos do governo, como a Procuradoria Geral e a Corregedoria. As soluções estão sendo encaminhadas e assim que definirmos passaremos à imprensa;, limitou-se a dizer. O secretário teme que qualquer pronunciamento venha a desestabilizar o sistema e abra brechas para novas rebeliões dos internos. Ele também garantiu que os funcionários serão pagos pelos dias trabalhados.
Questionado sobre a possibilidade dos funcionários não voltarem mais ao trabalho, com o fim do contrato, Pacheco respondeu "Não acredito que isto aconteça. Estive hoje pela manhã com eles e esclareci todas as dúvidas e questionamentos. A chance de abandonar o Ciago não foi nem citada".
Licitação
Rubens Depollo, atual diretor do Ciago e servidor da Sejus, afirmou que as atividades seguem com tranqüilidade no local. ;Todos os funcionários continuam prestando o serviço. A tendência é de que tudo se resolva bem;, diz otimista. A instituição tem hoje cerca de 144 internos que recebem atendimento de psicólogos, agentes de segurança, dentistas, assistentes socias, entre outros. Todos contratados pelo IDP.
Durante os últimos seis meses, a licitação para as empresas interessadas em assumir o local não aconteceu, como havia anunciado a Sejus. Um parecer da Procuradoria Geral do DF impediu o processo de correr. O Ciago é alvo de denúncias do Ministério Público do DF (MPDFT).
O contrato emergencial com o IDP, por seis meses, foi assinado depois de uma conturbada administração da Congregação dos Religiosos Terciários Capuchinhos Nossa Senhora das Dores, os Amigonianos. Rebeliões, críticas e atuações emergenciais do governo foram destaques nos últimos dois anos.