postado em 18/11/2008 08:38
Um policial matou a mulher com sete tiros e cometeu suicídio em seguida em Sobradinho II, por volta das 22h de domingo. Clóvis Freitas de Lima, 42 anos, chegou à casa da cunhada armado com duas pistolas, uma .40, de propriedade da polícia, e outra 380, que era dele. No bolso, também levava uma caixa de munição e um pente carregado. A servidora pública Cláudia Alves de Freitas, 39, que tinha dois filhos com ele, ainda tentou se defender. Quatro tiros atingiram o antebraço, um a axila e dois a cabeça. Clóvis se matou com um tiro na cabeça.
O casal deixa dois filhos ; uma jovem de 20 anos e um adolescente de 16. A família não quis receber a reportagem. Os funcionários da portaria do condomínio Jardim Europa II, onde fica a casa na qual tudo ocorreu, receberam ordens da família para não deixar ninguém entrar no local ontem à tarde. Segundo o delegado titular da 35ª Delegacia de Polícia, Márcio Michel de Oliveira, a cena encontrada era brutal. ;Ele foi até lá decidido. Não sei o que pode ter dado nele. Nunca imaginaria uma coisa dessas;, disse. O agente da polícia chegou à casa onde estava a esposa dirigindo o próprio carro ; um Honda Civic modelo 2008, comprado há poucos meses.
Clóvis tinha 16 anos de polícia. Era considerado um agente exemplar. Colegas o descrevem como bom companheiro e pessoa calma. Também contam que ele nunca tivera problemas na profissão nem de relacionamento no trabalho. Ele trabalhava na 35ª DP, onde foi registrada a ocorrência. Segundo o delegado Michel, Clóvis era também uma pessoa ativa. ;Gostava de esportes radicais, era motociclista e andava a cavalo;, contou Michel.
O comportamento de Clóvis começou a mudar há cerca de cinco meses, depois de um problema de saúde. ;Percebemos que ele ficou descompensado depois de sofrer um infarto. Não soube lidar com a situação. A doença impôs restrições que ele não aceitava;, diz o delegado. O médico proibiu Clóvis de praticar os esportes de que gostava e ele acabou afastado do trabalho. ;Tive de tirá-lo do plantão, que gostava de fazer, mas ele não tinha condições de trabalhar;, ressaltou o delegado.
Clóvis não gostou das restrições médicas e começou a apresentar sinais de depressão. ;Estava em tratamento psiquiátrico na Policlínica da Polícia Civil;, disse. Clóvis e Cláudia não estavam separados. ;Foi coisa do coração;, afirma o delegado, que não tem dúvidas sobre a autoria. ;Foi mesmo ele quem fez tudo.; Michel só espera o relatório do Instituto de Criminalística para concluir o inquérito. O carro do policial será vistoriado para, segundo o delegado, a polícia ver se ele não deixou algum bilhete ou sinal que explique a atitude. ;Perdemos um amigo. Estamos abalados aqui na delegacia. É difícil de acreditar;, lamenta.
CORPO DENTRO DE COLCHÃO
Policiais da 17ª DP encontraram um corpo de mulher, ainda não identificado, enrolado num colchão de casal deixado em um descampado da QNM 40. Ela levou um tiro no seio direito. Durante a perícia, os agentes encontraram esperma nos órgãos genitais da vítima. A polícia não confirmou se houve abuso sexual. Duas equipes da Seção de Investigação da 17ª DP apuram o assassinato.