Cidades

Dados mostram que 19% dos 5 mil cachorros do Lago Norte terão de ser sacrificados

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postado em 19/11/2008 07:43
O risco de casos humanos de leishmaniose no Lago Norte levou representantes da Secretaria de Saúde a dar explicações sobre o caso no Ministério Público ontem à tarde. Dados preliminares apontam a existência de mil cães doentes na região, o que representa um risco de disseminação do mal. Se o mosquito transmissor picar um cachorro contaminado e em seguida um humano, pode ocorrer a transmissão da leishmaniose. Um inquérito sorológico sobre a situação dos animais do Lago Norte será concluído até o final desta semana. Com os dados em mãos, o governo vai decidir como agir para controlar o avanço da doença. A subsecretária de Atenção à Saúde, Disney Antezana, esteve ontem à tarde no Ministério Público para apresentar as medidas de controle dos casos de leishmaniose. Os dados preliminares mostram que 19% dos cerca de 5 mil cães do bairro teriam a doença. Cerco à doença ;Se isso ficar confirmado ao final do inquérito canino, todos terão que ser sacrificados;, explicou Disney. Ela também garantiu que equipes da Vigilância Ambiental e da Vigilância Epidemiológica estão sendo treinadas para atuar em frentes de combate à doença. O promotor de Defesa dos Usuários do Sistema Único de Saúde Jairo Bisol ouviu as explicações dos representantes da Secretaria de Saúde e, depois da reunião, disse que vai cobrar do governo mais investimento para aparelhar a Vigilância Ambiental. Hoje, faltam técnicos e, principalmente, carros para visitar os locais com casos de zoonoses. ;Vamos exigir uma infra-estrutura mínima para o combate à doença. Também cobramos do governo que sejam feitas campanhas de esclarecimento à população sobre a leishmaniose e suas formas de contágio. A Secretaria de Saúde já registrou três casos humanos da doença este ano, todos em Sobradinho. A subsecretária de Vigilância à Saúde informou que há risco de contaminação no Lago Norte. ;Se existem cães doentes e mosquitos transmissores, há risco de aparecimento de casos humanos;, explicou Disney. ;Vamos intensificar também as medidas de manejo ambiental para reduzir a possibilidade de proliferação dos mosquitos;, acrescentou. Contra-informações Além de cobrar providências do governo, o Ministério Público também vai investigar a divulgação de panfletos elaborados pela Associação Protetora dos Animais do DF (Pro Anima). A entidade é contra o sacrifício dos cães doentes e informou aos moradores do Lago Norte que já existe tratamento para a leishmaniose em cães, o que é contestado pelo Ministério da Saúde. ;Queremos uma comprovação científica para isso. Se não houver fundamentação, isso pode caracterizar crime de periclitação à saúde pública (colocar em risco a saúde da população divulgando informações enganosas). Existe uma movimento de contra-informação no Lago Norte que atrapalha o combate a uma zoonose grave;, disse Bisol. ;Vamos chamar essas entidades e veterinários ao Ministério Público para pedir esclarecimentos. Se não houver fundamentação científica nessas informações, as pessoas cometeram um crime muito grave;, finalizou Bisol.

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