postado em 21/11/2008 11:43
Os 18 dias de greve do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) custaram caro para os servidores. O governo local descontou oito dias de trabalho de todos os funcionários. Até quem trabalhou durante a greve ficou no prejuízo. O corte é referente aos dias de paralisação do mês de outubro. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran), José Bezerra, para o próximo pagamento o desconto será de quatro dias.
Bezerra afirmou que o sindicato foi pego de surpresa e já estuda entrar na justiça para reverter a situação. ;Não posso dizer nada sobre isso, vamos marcar uma reunião para decidir o que fazer;, afirmou.
Questionado sobre o desconto, o diretor-geral do Detran-DF, Jair Tedeschi,afirmou que realmente o corte atingiu a todos. ;A greve acabou. Agora os servidores estão trabalhando dobrado, para colocar as coisas em dia;, declarou o coronel com semblante de quem venceu a batalha.
Histórico
Os servidores do Detran entraram em greve no dia 20 de outubro. Na ocasião a categoria reclamava do descumprimento de acordo firmado com o GDF. Nele, o governo se comprometia a enviar à Câmara Legislativa projeto de lei que prevê a incorporação da Gratificação de Desempenho e Produtividade (GDP), além de 5% de aumento no salário dos 732 servidores.
Em resposta, o governador José Roberto Arruda anunciou que não negociaria com servidores em greve. Votou a trás nos pontos já negociados, e pediu que a base governista na Câmara Legislativa agilizasse a tramitação do projeto que criou a Companhia Metropolitana de Trânsito (CMT).
A atitude irritou os servidores em greve, que decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado. Para tender a determinação do Ministério Público do Trabalho, 40% dos servidores voltaram ao trabalho. A intenção era evitar que a legalidade da greve fosse questionada na justiça.
Com o atendimento precário, filas de carros se formaram em frente ao posto do Detran no SIA. A população reclamou e a categoria decidiu interromper a greve por dez dias, para que as negociações fossem retomadas. Situação que, segundo Bezerra ainda não iniciou.