Cidades

Jovem saiu de casa, na Vila Telebrasília, para estudar na Asa Sul e não voltou

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postado em 28/11/2008 08:00
; Oi meu filho. Tudo bem? Já são 1h30... ; Oi mãe, tudo bem. Estou na casa de uma amiga. ; Tá vindo agora? ; Não, ainda vou demorar. ; Então tá. Te amo! ; Também te amo! Essa foi a última vez que a aposentada Rosalina de Brito Costa, 54 anos, falou com o filho, Deive Alan Lopes da Costa, 23. O rapaz, que fazia cursinho preparatório para concursos, deveria ter chegado em casa por volta das 22h da última quarta-feira. Rosalina não conseguiu esperá-lo e adormeceu. Mas acordou de madrugada e notou que ele não estava no quarto. Depois de falar com o filho pelo telefone, voltou a dormir. Às 8h, Deive ainda não havia retornado. Preocupada, Rosalina ligou mais uma vez para o celular, mas o aparelho estava desligado. Horas depois, soube que o pior acontecera. O rapaz foi assassinado com um tiro na nuca e o corpo dele foi encontrado em uma estrada de terra, perto do Gama. Deive morava na Vila Telebrasília, era formado em turismo havia dois anos, mas não tinha conseguido entrar no mercado de trabalho. Sonhava em ser comissário de bordo. Mas, até conseguir uma vaga na profissão, tentava passar em um concurso público. Todas as manhãs, ele ia para uma biblioteca e, à tarde, freqüentava as aulas do cursinho, na Asa Sul. À noite, depois de jantar, voltava para a biblioteca, onde ficava até a hora de dormir. Por volta das 19h da última quarta-feira, porém, o jovem ligou para a mãe e disse que assistiria a uma aula extra. Assim, chegaria mais tarde do que o habitual. Por enquanto, ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Na hora que ligou para o filho, Rosalina ouviu uma voz ordenando que ele dissesse ;alô;. A voz dele estava baixa, mas ela não notou nada de estranho. Quando acordou e não viu Deive, Rosalina pensou que ele poderia ter dormido na casa da amiga. Mas o rapaz não foi almoçar em casa, como fazia todos os dias, e a mulher ficou apavorada. Foi ao banco e tirou um extrato da conta dos dois, que era conjunta. O documento mostrou quatro compras que não foram feitas por ela, nos valores de R$ 30, R$ 90, R$ 340 e R$ 429. Ocorrência Rosalina, então, foi à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e registrou ocorrência de desaparecimento. Os policiais a orientaram a descobrir de onde e a que horas as compras tinham sido feitas. Os débitos na conta ocorreram em três lojas de conveniência de postos de gasolina do Gama, à 1h09, à 1h12, à 1h20 e à 1h39. Depois de ir mais uma vez ao banco, ela voltou à delegacia e soube que o corpo de um jovem tinha sido encontrado no Gama, mas havia sido levado para o Instituto Médico Legal (IML) sem ser identificado. A análise das digitais do cadáver comprovou que Deive estava morto. Segundo a delegada Waleska Romcy, adjunta da 20ª DP (Gama), o crime ocorreu entre as 3h e as 7h30 de ontem. O corpo estava às margens da estrada vicinal 381, a aproximadamente 300 metros da DF-290, no Núcleo Rural Ponte Alta do Gama. O cadáver tinha um tiro na nuca e estava parcialmente carbonizado. Ele estava sem o tênis, apenas com meia, e não portava os documentos de identificação. O carro em que ele estava, um Corsa, não foi encontrado. O crime é investigado pelas 20ª e 1ª DPs. A polícia trabalha com três possibilidades: seqüestro relâmpago, latrocínio (roubo seguido de morte) e execução. ;A forma que o mataram é atípica. Foi um único disparo, feito à queima-roupa, na nuca. Depois, ainda colocaram fogo no corpo. Não podemos descartar a possibilidade de ter sido vingança;, disse o delegado plantonista da 1ª DP, Flávio Alvim. A mãe sustenta que Deive não tinha inimigos. ;Era um menino bom, esforçado. Quero que encontrem quem fez isso com ele pelo menos para esclarecer o que aconteceu. Mas sei que nada vai trazer meu filho de volta;, afirmou.

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