Cidades

Na luta para achar uma vaga motoristas desrespeitam as leis de trânsito

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postado em 01/12/2008 08:10
O Natal é daqui a três semanas, mas o grande movimento nos shoppings da cidade ontem mostrou que os brasilienses não seguiram a máxima de deixar tudo para a última hora. Seja para antecipar as compras dos presentes da família e amigos ou simplesmente fazer uma pesquisa de preços, os corredores dos centros comerciais ficaram lotados e os estacionamentos, também. No ParkShopping, é impossível escapar das filas em busca de vagas. Sem paciência, motoristas desrespeitam as leis do trânsito e estacionam nos acostamentos de grama. No Conjunto Nacional e no Brasília Shopping, também foi preciso um tempo de espera para conseguir achar um lugar para deixar o carro. Mesmo no estacionamento rotativo, a servidora pública Carmem Mesquita, 35 anos, teve dificuldades para estacionar o veículo na área coberta do Conjunto Nacional. ;Hoje está mais cheio do que o normal. Tive que dar quatro voltas no estacionamento para conseguir finalmente parar. Mas já decidi que quando for fazer as minhas compras vou optar pelas entrequadras para tentar escapar dessa confusão;, avaliou. No estacionamento externo do Brasília Shopping, a cena se repetia com freqüência. Os motoristas rodavam de um lado para o outro atrás das vagas. Resultado: o aposentado Manuel Evangelista, 58 anos, preferiu aguardar a mulher dentro do carro, no estacionamento público. ;Não sei se esse movimento é por causa do Natal, porque tem dias que venho aqui e está até pior, mas prefiro uma vaga na área pública porque não acho certo pagar para estacionar se viemos consumir. Se tiver uma vaga estaciono, caso contrário, espero minha mulher voltar. Já teve situações que ela resolveu o que devia antes de surgir um local para parar;, afirmou. O shopping informou que começou a oferecer aos clientes o serviço de manobristas, numa tentativa de dar mais conforto aos consumidores. Longas filas No estacionamento mais concorrido da cidade, no ParkShopping, nem as 1.200 vagas recém-inauguradas foram suficientes para atender a intensa demanda. O diretor financeiro Jossomar Lupin, 23 anos, escolheu o domingo para adiantar as comprar de Natal, mas precisou dar três voltas no estacionamento antes de achar uma vaga para parar o carro. Apesar da dificuldade, ele pretende retornar ao local pelo menos mais três vezes até concluir a lista de presentes. ;Esta época é mesmo complicada e o pior é que a tendência é piorar com a proximidade do Natal, mas não dá para escapar. Ainda terei que voltar para terminar as compras;, admite. A procura por vagas virou caso de polícia. A advogada Manuela Lima, 26 anos, tentou estacionar em uma vaga interditada pela empresa responsável pela administração do estacionamento pago, usada como saída do estacionamento, e não se conformou. Alegando que o espaço invadia o estacionamento público do shopping chamou a Polícia Militar para tentar estacionar no local. ;Vim aqui para consumir e tenho direito de parar nessa vaga que está além da autorização da empresa;, acusou. A assessoria do shopping informou que a empresa utiliza entre 100 e 200 vagas e que a área pode ser utilizada com o objetivo de dar fluidez ao trânsito. Ainda segundo a assessoria de imprensa do centro comercial, para tentar suprir a necessidade de mais espaço, a administração do shopping assinou com a Administração Regional do Guará um termo de concessão de uso de área pública para ampliar o estacionamento. A área de brita tem capacidade para 1.200 carros. Como fica distante da entrada foram disponibilizadas vans de quinta a domingo para fazer o transporte dos clientes. Já no Conjunto Nacional, na tentativa de minimizar os transtornos provocados pela falta de vagas, a aposta é o serviço de manobrista. São oferecidas 500 vagas pagas, metade da quantidade das públicas. ;Temos um problema físico para aumentar o estacionamento, mas vamos disponibilizar o Vallet 2 e contratar mais manobristas para tentar diminuir um pouco essa dificuldade dos consumidores;, informou o superintendente do shopping, Hélio Ribeiro.

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