postado em 02/12/2008 13:04
A Divisão de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil evitou nesta madrugada um desfecho trágico durante uma briga entre namorados em Ceilândia Norte. Por volta de meia-noite, Mariana Rodrigues*, 17 anos, retornava de uma festa com o grupo de amigas. Horas antes, ela havia se comprometido com o companheiro a cuidar do filho, de dois meses, no período da noite. Entretanto, a jovem deixou a criança sob os cuidados de uma amiga para aproveitar a noite com as colegas. Revoltado com a situação, Ailton Braz dos Santos, 27 anos, manteve a jovem sob a mira de uma faca pontiaguda no momento da chegada da companheira. As ameaças de morte duraram mais de quatro horas.
O pedido de socorro foi feito na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) por uma amiga da vítima. Ao deixar a colega em casa, no conj 62 na QNO 18, ela teria presenciado agressões já no portão de entrada. Conforme o boletim de ocorrência, Ailton gritava que iria matar a companheira. A irritação teria sido causada pelo sumiço do filho, já que a mãe retornou para a casa sem a criança.
Os agentes da DOE chegaram ao local cerca de 20 min após a denúncia da amiga. Após longas negociações, eles conseguiram convencer o rapaz a se entregar. O processo foi iniciado por volta de meia-noite e seguiu até 4h45 min. A operação envolveu 25 policiais e transcorreu sem qualquer disparo, embora os homens estivessem posicionados em locais estratégicos aguardando o sinal para atirar caso necessário. Depois de entregar-se, o jovem foi encaminhado para a 24ª D.P. Ele deverá responder por crime de cárcere privado, que prevê de dois a oito anos de pena.
O delegado-chefe da 24ª D.P, Vivaldo Neres, ajudou na condução do resgate da jovem. Segundo ele, Ailton dava sinais de que estava transtornado. ;Havia várias latas de cerveja espalhadas pelo local. Foi difícil iniciar o diálogo, pois a cada instante ele gritava que iria picotar a companheira;, conta o delegado. De acordo com a polícia, o casal morava há um ano na residência.
Processo
Ailton Braz foi encaminhado nesta manhã para o Instituto Médico Legal (IML) do Departamento de Polícia Especializado (DPE) para exame de corpo de delito. A medida é exigida pela justiça para atestar que o detido não sofreu qualquer agressão física na delegacia. Após o fim dos exames, ele seguiu para a carceragem do DPE, onde deverá permanecer nos próximos dias até que a justiça instaure o processo contra o acusado.