postado em 04/12/2008 08:00
O Distrito Federal está mais violento. Relatório divulgado esta semana pela PolÃcia Civil revela o aumento de pelo menos 12 dos 18 crimes mais praticados no DF. Entres eles, duas modalidades chamam a atenção pelo incremento expressivo de casos. O roubo a coletivo cresceu 57,4%, pulando de 517 para 814 registros. E os assaltos a postos de combustÃveis tiveram aumento de 41,5%, passando de 530 para 750 ocorrências (veja arte)
Os dados referem-se aos meses de janeiro a outubro deste ano. E o parâmetro para comparação é o mesmo perÃodo de 2007. O caso do assalto ao carro-forte na Asa Norte em que um segurança morreu e outro ficou ferido, confirma a tendência de aumento de latrocÃnio. Em todo o DF esse crime cresceu 13,6%. BrasÃlia ocupa o quinto lugar no ranking de latrocÃnios, ao lado do Itapoã, Recanto das Emas e Sobradinho, com três registros em cada cidade.
A capital da República também aparece entre as quatro cidades com a maior quantidade de roubos. Foram 2.499 casos entre janeiro e outubro. Ceilândia ocupa o primeiro lugar, com 4.624 ocorrências, seguida de Taguatinga (3.253) e Samambaia (2.872). No geral, houve crescimento de 8,4% nos registros desse tipo de crime.
Desde agosto, o Correio tem noticiado o aumento de crimes como seqüestro relâmpago, roubo de carros e de homicÃdios. Em relação ao seqüestro relâmpago, o levantamento traz uma peculiaridade. Desta vez, a polÃcia separou as ocorrências de roubo com restrição de liberdade e de seqüestro relâmpago. Tanto uma quanto a outra tiveram aumento de 23,4% e 20,5%, respectivamente. No caso do seqüestro relâmpago, a polÃcia concluiu o Relatório de Análise Criminal relativo aos seis primeiros meses do ano.
O crime não está previsto no Código Penal. Para estudar os casos, a polÃcia considerou as informações sobre extorsão e roubo qualificado pela restrição de liberdade da vÃtima, fatos que, combinados, caracterizam o seqüestro relâmpago. No documento, os especialistas acrescentam que é ;necessário que a vÃtima seja momentaneamente privada de sua liberdade e constrangida, mediante violência ou grave ameaça, a fornecer a senha para a realização de saques nos caixas eletrônicos ou, ainda, que seja obrigada a fazê-lo;.
Com base nos casos registrados no primeiro semestre, os horários em que a população corre mais risco de ser vÃtima desse tipo de crime é entre as 14h e as 23h. E a escolha do alvo por parte dos criminosos não leva em conta o sexo mas, sim, a oportunidade. Na maioria dos registros, as abordagens foram feitas por pessoas que portavam arma de fogo.
A polÃcia também descobriu como os bandidos agem. ;Os infratores costumam posicionar um ;olheiro; nas proximidades dos locais de utilização de cartões bancários e/ou de crédito, mantendo contato visual com a possÃvel vÃtima e, de uma maneira objetiva, escolhendo-a entre aquelas que utilizaram o cartão;.
Entre todos crimes analisados, houve redução significativa nos casos de estupro. A queda foi de 208 para 175 registros (-15,8%). Os furtos em residência estão 7,17% menores. O diretor-geral adjunto da PolÃcia Civil, João Monteiro Neto, garantiu que ainda é cedo para afirmar que 2008 está mais violento. ;O levantamento dos números é apenas o primeiro passo do estudo. O mais importante é concluir a análise criminal para descobrir as causas, perfil da vÃtima e agressor e locais onde mais ocorrem;, afirma. ;A prioridade é coibir os crimes mais graves ou os que tiveram a maior variação;, conclui.
Osecretário de Segurança Pública, Valmir Lemos, afirmou que ;os Ãndices registrados estão dentro das previsões, podendo obviamente ser reduzidos mediante ações especÃficas que se encontram em curso;. Ele destacou que a análise por região administrativa revela queda em oito delas quando se considera o número absoluto. Se a análise é feita com o número de ocorrências por 100 mil habitantes, constata-se redução dos crimes em nove regiões.
Sobre o forte aumento dos roubos a coletivos, Valmir Lemos disse que pode ser decorrência do fim do transporte alternativo, no inÃcio do ano. ;Quanto a homicÃdios, percebemos que em perÃodos especÃficos ocorreram mortes envolvendo disputas entre grupos marginais, o que, independentemente de qualquer avaliação, gera variação nos números registrados;.
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