postado em 08/12/2008 08:10
Criança é tudo igual. Falou em festa, elas acordam antes de todos e, como se ligassem um ;motorzinho;, começam a animação desde cedo. Ontem, foi assim o tempo todo na festa de Natal promovida pela Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace), na Expo-Brasília, no Parque da Cidade. Eles brincaram, correram, cantaram e dançaram o tempo todo.
A festa, para mil pessoas, começou com café da manhã, brincadeiras, distribuição de brinquedos, atividades para as crianças e churrasco preparado por voluntários. A presidente da Abrace, Ilda Peliz, explicou que o objetivo foi ;comemorar o Natal e permitir a alegria depois de um ano de muita tensão, para que as famílias esqueçam um pouco a doença e renovem a esperança de vida;.
Se depender da energia dos pacientes, com certeza 2009 será um ano bastante positivo para a associação. Quando o Papai Noel chegou, de charrete, não houve apito nem chamado de mãe que conseguisse manter calmos meninos e meninas, ansiosos por chegar perto do velhinho de barba branca e roupa vermelha, rodeado e abraçado por todos os lados.
Lucca Souza da Silva, de 10 anos, era um dos mais felizes. Desde que chegou à festa, não conseguiu parar, contou a mãe, Adriana Souza da Silva, de 27 anos. Pouco interessado no lanche, Lucca subiu ao palco com os animadores e ajudou a tornar a festa mais interessante, dançando e cantando junto.
O menino, que veio do Acre em 2006 em busca da vida, ganhou a esperança com a Abrace, que o acolheu na casa de apoio localizada no Guará. A mãe relembra que, naquele ano, o menino começou a sentir fortes dores de cabeça e em poucos dias perdeu a visão. Depois de uma bateria de exames, os médicos diagnosticaram um craniofaringeoma ; um tumor comprimindo o nervo ótico. Lucca ficou três semanas sem enxergar.
;Ele estava perdido, me perguntava se era dia ou noite;, conta Adriana, que precisava levar o filho pelo braço aos lugares que ele conhecia bem. Em Rio Branco, onde moravam, não havia condições de tratamento e Lucca veio para Brasília com a mãe. O governo do Acre deu as passagens e a família conseguiu reunir R$ 600 para a estada.
Lucca ficou internado no Hospital de Base onde foi operado e uma parte do tumor retirada para que pudesse voltar a enxergar. Adriana estava na casa de uma amiga de sua tia. No hospital, a assistente social falou da Abrace e a moça foi em busca de ajuda.
;Não sei o que seria de nós sem a associação;, afirma Adriana. A cada seis meses ela volta a Brasília com Lucca para novos exames. O menino desenvolveu diabetes porque precisa tomar hormônio. Desta vez, eles estão na capital federal há três meses. Mãe e filho renovam a esperança a cada dia.
COMO AJUDAR A ABRACE
Edifício Wady Cecílio II, Brasília, DF.
CEP: 70300-902. Tel.: (61) 3212-6070 Casa de Apoio Área especial 1, Cave.
Guará II. Brasília, DF.
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