postado em 17/12/2008 12:00
Resultado do laudo que aponta a causa da morte do torcedor do tricolor, baleado pouco antes do jogo entre Goiás e São Paulo, no Bezerrão, foi divulgado na manhã desta quarta-feira (17/12). Segundo a médica legista responsável, Ana Silva Neto, Nilton César de Jesus morreu por conta de disparo de arma de fogo.
De acordo com o laudo, a bala passou pela região da nuca, raspou o osso e saiu atrás da orelha. Quando o projétil raspou o osso, deslocou um fragmento dele e provocou uma fratura. Foi isso que ocasionou o edema cerebral e levou o torcedor a morte.
A perita afirma, ainda, que a coronhada aplicada por um policial, apontada inicialmente como causadora da morte, não foi na cabeça, mas sim nas costas. De acordo com ela, não há marca de golpe na nuca. Além disso, o vídeo que mostra o momento em que o torcedor levou o tiro, está em processo de perícia, mas já pode se concluir que a pancada foi nas costas.
O tiro
Nilton César de Jesus foi baleado pelo sargento da Polícia Militar, José Luiz Carvalho Barreto, no domingo (7/12), no Gama, e morreu na manhã da última quinta-feira (11/12). Os médicos tentaram reanimá-lo durante 20 minutos com uma massagem cardio-pulmonar, mas não tiveram êxito.
O chefe da neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal, Carlos Silvério de Almeida, informou que a causa da morte de Nilton não teria sido o tiro, mas sim a coronhada dada pelo sargento da PM. O médico disse que a pancada causou o edema cerebral e que a bala não chegou a atingir o órgão do tricolor. Segundo Almeida, se Nilton não tivesse levado o tiro, ele teria sofrido os mesmo problemas que o levaram a morte. O laudo do IML afirma justamente o contrário.
Inquéritos Com a morte do torcedor os inquéritos das Polícias Civil e Militar foram modificados. O policial responderia na Corregedoria da Polícia Militar por lesão corporal grave. Agora por lesão corporal seguida de morte. Já na Polícia Civil, ele seria indiciado por tentativa de homicídio doloso - quando existe a intenção de matar - e agora vai ser acusado por homicídio doloso. A PM deve divulgar o resultado da sindicância interna em 60 dias. Já as apurações da Polícia Civil, deverá ser divulgada em 30 dias.