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Acidentes domésticos com crianças dobram nas férias; veja cuidados

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postado em 23/12/2008 18:58
A criançada já está de férias e, até o retorno às atividades escolares - o que normalmente acontece nos meses de fevereiro e março - deve passar pelo menos 30 dias em casa, após viagens e programação de final de ano. Nesse período, os pais devem ficar atentos à segurança dos pimpolhos. O alerta é da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Segundo Alberto Barbosa, diretor do Hospital Regional da Asa Sul (Hras) - antigo Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) - nessa época do ano os atendimentos a casos de envenenamento acidental, intoxicação, choques elétricos e outros acidentes com meninos e meninas de até 10 anos de idade pelo menos dobram. ;Não há uma estatística exata, porque essas ocorrências não ficam registradas para nós como acidentes domésticos com crianças. Pode chegar um caso de diarréia por ingestão indevida de medicamento por exemplo, então entra nas planilhas como diarréia;, explica Barbosa. Ele diz, no entanto, que o volume de acidentes do tipo que a unidade de saúde atende mensalmente é alto, e sobe durante as férias escolares. ;O que a gente sente é que os pais não tomam alguns cuidados básicos, porque determinados casos são bastante freqüentes, como a ingestão de produtos tóxicos;, afirma. O diretor do Hras explica que o hospital lida com todo tipo de problema envolvendo assistência pediátrica, exceto os que requerem intervenção ortopédica ; quedas e tombos, por exemplo. Nestes casos, os pequenos podem receber atendimento no Hospital de Base, Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Regional de Sobradinho (HRS), todos com setor de ortopedia. Faixa etária O tipo de acidente doméstico a que uma criança está sujeita está bastante relacionado com a idade. Até os 6 anos, por exemplo, a garotada é curiosa e ainda não possui discernimento para receber e seguir orientações dos pais. Nessa fase, choques elétricos, ingestão acidental de produtos tóxicos e muitas vezes letais, queimaduras (com ferro elétrico ou líquidos e comidas quentes), introdução de objetos pequenos na cavidade bucal ou nasal e quedas de altura - como são chamadas quedas de prédios ou varandas - são as ocorrências mais comuns. Entre 8 e 10 anos, meninos e meninas já conseguem avaliar melhor situações de perigo e não ingeririam, por exemplo, uma garrafa de álcool etílico. Entretanto, de acordo com o cirurgião Eloadir David Galvão, que durante três anos foi paramédico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no DF, nessa idade ainda são registrados casos de ingestão de medicação adulta. ;A criança toma muitos remédios coloridos, doces, e muitas querem experimentar o comprimido sobre a cabeceira da cama da dos pais;, diz. Nessa fase da infância são comuns ainda as chamadas quedas da própria altura - tombos de bicicleta, patins, ou durante brincadeiras e prática de esportes que envolvam corrida. Sustos A auxiliar de consultório dentário e mãe de primeira viagem Ingrid Chrislaine de Oliveira, 21 anos, só tomou algumas providências para proteção do pequeno Paulo Rogério, o Paulinho, após tomar alguns sustos com ele. ;Ele levou um choque na tomada e queimou a mãozinha na panela de pipoca. Ainda bem que eu estava perto e acudi, não foi preciso levar ao hospital nem nada;, diz. Depois dos incidentes, Ingrid comprou protetores de plástico para as saídas elétricas da casa, e a cozinha é local terminantemente proibido para Paulinho quando estão sendo preparadas as refeições. Os cabos das panelas também são virados para dentro do fogão, como precaução adicional. Confira, abaixo, como prevenir acidentes domésticos com crianças - Coloque protetores de plástico nas tomadas da casa. Eles podem ser encontrados em lojas de materiais elétricos, ou em grandes supermercados. Colocar móveis diante delas, ou optar por tomadas altas também são soluções possíveis. - Mantenha guardados em local seguro e longe do acesso de crianças todo tipo de produto que possa causar intoxicação ou envenenamento. O alerta vale para detergentes, amaciantes, cosméticos, álcool etílico e toda espécie de medicamento. - Jamais coloque produtos não-ingeríveis em garrafas de refrigerante ou suco. A criança pode confundir algum deles com uma bebida de seu cotidiano ; a água sanitária, por exemplo, é transparente e de aparência semelhante à da água que tomamos no dia a dia. - Se morar em apartamento, tenha grades nas janelas e varandas. Caso não seja tenha condições financeiras para isso, mantenha sofás e cadeiras afastados dessas áreas, e mantenha vigilância constante sobre as crianças. - Cozinhe com os cabos da panela voltados para dentro do fogão, fora do alcance das mãos dos pequenos. - Não se afaste do ferro de passar enquanto este estiver ligado ou quente. - Evite ter fios de eletricidade espalhados pela casa, e não sobrecarregue uma extensão com vários aparelhos elétricos. - Crianças já grandinhas - a partir dos sete ou oito anos - podem ser orientadas pelos pais acerca de todos os riscos que correm e assimilam melhor orientações sobre o que fazer e o que não fazer. Serviço Para emergências, ligue gratuitamente: Samu ; 192 Corpo de Bombeiros - 194

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