postado em 24/12/2008 08:00
Os problemas financeiros, as esperanças e as incertezas podem, inclusive, fazer com que o espirito de Natal volte a cultivar valores que deveriam estar presentes nessa época e que foram substituídos por simples trocas de presente. Sobre isso, o papa Bento XVI destacou, na semana passada, que o espirito de Natal pode voltar a ser como antes. "As dificuldades, as incertezas e a própria crise econômica que estes meses tantas famílias estão vivendo, e que afeta toda a humanidade, podem ser um estímulo para descobrir de novo o calor da simplicidade, da amizade e da solidariedade, valores típicos do Natal", declarou o pontífice.
O Correio foi às ruas e constatou que os presentes de Natal que os brasilienses desejam entregar aos outros estão longe de ser apenas produtos comprados em lojas. Alguns desejaram paz, outros saúde. Teve quem apostou tudo na fé e quem desejou emprego. Os presentes materiais trazem alegria momentânea, nas logo depois são esquecidos. Os sentimentos ficam na lembrança e trazem, na maioria, mensagens de esperança.
Amor. Esse é o presente que o funcionário público Alfredo Alves Xavier Júnior, 34 anos, daria de presente para outra pessoa, mesmo que desconhecida, caso ele fosse o Papai Noel e tivesse esse sentimento em alguma caixinha dentro do saco vermelho. Segundo Júnior, a escolha do presente deve se ao espirito do Natal, quando as pessoas ficam mais alegres.
Com o receio de que a crise possa afetar muito os orçamentos das famílias para o próximo ano, os presentes tiveram que ser recontextualizados. Motivo pelo qual Júnior desejou amor. "Os presentes este ano são mais simbólicos. Não comprei muita coisa por problemas financeiros", afirma. Ele levou os dois filhos, Matheus, de 9 anos e Mariana, 5, e os sobrinhos Iara Brandão de Souza, 15 e Clédson Carlos de Souza dias, 10, para passear, pois "é melhor do que um presente. Eles conhecem coisas novas e vão lembrar disso", diz.
A publicitária Rafaela Vargas, 25 anos, passará esse natal em uma nova companhia: o filho Bruno, de 10 meses. O presente ela nem tem dúvidas: "desejaria paz e emprego". Quando era criança, Rafaela lembra que era mais empolgada com o Natal. Ficava esperando os presentes. Esse ano comprou coisas para toda família ; CDs de música, DVDs, filmes ; mas vê o natal de uma forma diferente. "Agora penso essa época como um bom momento para fazer mudanças, pensar em coisas novas". Essa esperança do novo que está simbolizado em Bruno. O futuro de seu filho, segundo Rafaela, dependerá apenas dele, mas não abre mão de ensinar apenas uma coisa: "respeitar os outros".
Se você fosse o Papai Noel, o que daria de presente para os próximos?
"Eu daria mais emprego, por que com isso a renda aumenta e a pessoa não fica dependendo de ganhar coisas dos outras pessoas", Paulo Sérgio Araújo, 29 anos.
"Eu daria um feliz ano novo. Por que é muito importante, depois que passar o Natal, as épocas de festa, oferecer um ano novo melhor, com mais coisas", Raimundo Rodrigues Santos, 65 anos.
"Eu daria balinha, por que é mais barato. Também desejaria muita felicidade, para no ano que vêm as coisas ficarem melhor que o ano que passou", Lúcio Romeu Silva, 45 anos.
"Depende da necessidade de cada um. Se fosse muito humilde, daria algo não material, que ela precisasse. Algo que ela se sentisse bem em ter", Bruno Oliveira Aguiar, 15 anos.
"Saúde. Por que é o melhor presente, isso que realmente importa. E para as pessoas carentes daria também algo para elas lem