Cidades

Família faz apelo para identificar motorista que matou rapaz de 22 anos no ParkWay

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postado em 24/12/2008 08:18
;Nós pedimos ajuda para localizar o responsável pelo atropelamento do meu filho. Denuncie 197 ou 8541-6849.; Esse é o clamor de uma mãe e dois irmãos que 15 dias antes do Natal perderam o caçula da família. O pedido está estampado em uma das quatro faixas espalhadas pela Quadra 5 do Park Way próximo à Arniqueiras. Ali, na rua de acesso à quadra, a 200 metros de um posto policial, o estudante Paulo Henrique D;Aqui Velloso, 22 anos, morreu atropelado. Vinte metros adiante havia um orelhão. As opções de socorro estavam ao alcance do motorista envolvido no acidente. Mas todas foram ignoradas. O condutor fugiu. Restou a dor de uma família e uma única evidência. O retrovisor direito do carro é a esperança que mãe e irmãos têm de encontrar o responsável que atropelou Paulo Henrique e não prestou socorro. ;Se a pessoa tivesse parado, chamado a polícia ou ligado para a emergência meu irmão poderia estar vivo hoje, com a gente;, disse a irmã mais velha, a professora Alessandra D;Aqui Velloso, 32. Por meio do retrovisor encontrado no local , a perícia da Polícia Civil identificou que o veículo envolvido no atropelamento é um Corsa verde. Na tarde de ontem, o primeiro suspeito ; levado à 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) por meio de denúncia anônima ; negou envolvimento. Ainda assim, o carro foi encaminhado ao Instituto de Criminalística para que fosse feita a perícia. ;Todos os carros com as características passarão por perícia para sabermos se estiveram envolvidos recentemente em atropelamentos;, explicou a delegada Mônica Loureiro, chefe da 21ª DP. Faculdade Na noite de 10 de dezembro, Paulo Henrique já havia cumprido as tarefas do dia como costumava fazer. Pela manhã, cursava o primeiro semestre da faculdade de administração, em Taguatinga. De lá, seguia para o escritório de advocacia, onde trabalhava como auxiliar administrativo. ;Ele saía do trabalho às 20h e ia encontrar com os amigos no Guará. Então, ele seguia de ônibus para casa. Às vezes, quando estava chovendo, me ligava e eu o buscava no ponto;, contou a mãe, a médica veterinária Rosane D;Aqui, 53. A parada de ônibus fica na Estrada Parque Vicente Pires, que liga a EPTG ao Núcleo Bandeirante. No meio da avenida, um balão dá acesso à rua da Quadra 5 do Park Way ; pista sem acostamento ou calçada. Do outro lado, está o posto policial. Do ponto de ônibus até em casa, Paulo Henrique não caminhava mais de 1,5 quilômetro. Mas naquela noite chovia e Rosane havia ido ao Plano Piloto visitar uma amiga. ;Ele me ligou por volta das 23h30 e disse que chovia muito. Eu disse: ;Meu filho, não dará tempo de eu chegar aí. Você vai tomar chuva, então quando chegar em casa tome um banho quente;;, lembra ela, emocionada. ;Foi a última vez que falei com ele. Não vi mais meu filho vivo.; Ao retornar para casa, Rosane, preocupada, tentou ligar para Paulo Henrique, que ainda não havia chegado. Às 4h de 11 de dezembro, o entregador de jornais encontrou o corpo do rapaz, na entrada de um dos condomínios. Ninguém viu nada. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Paulo Henrique foi atropelado entre 23h30 e 0h30. Sabe-se que ele estava de costas para o carro e com fones no ouvido. Justiça ;Não queremos vingança. Mas sim, que as pessoas se responsabilizem. Não é só a polícia que faz segurança pública. Somos todos nós. E ninguém consegue se esconder. Ele (o motorista) foi visto por Deus;, disse a mãe. Por isso, ela e os filhos produziram faixas com pedido de ajuda à população e distribuíram panfletos. Se identificado, o autor do atropelamento poder responder por homicídio culposo (sem intenção de matar) cuja pena varia de dois a quatro anos. A omissão de socorro aumenta a pena de um terço até a metade. O autor também pode ter o direito de dirigir suspenso ou proibido. ;Esses casos demoram a ser solucionados porque requer trabalho minucioso. Mas quase sempre concluímos com sucesso. Se tivermos a ajuda da população fica mais fácil;, afirmou a delegada.

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