postado em 30/12/2008 19:30
O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis do Distrito Federal (Sindiserviços) e a empresa Conservo, responsável por serviços terceirizados de alguns órgãos do governo, se reuniram durante a manhã desta terça-feira (30/12), na sede da empresa, para discutir a questão dos atrasos do décimo terceiro dos trabalhadores, mas não chegaram a nenhum acordo. Na reunião, ficou definido que o Sindiserviços será o canal entre os funcionários e os órgãos públicos para o recebimento dos valores devidos.
Os empregados esperam o recebimento do décimo terceiro salário e dos vales-transportes e tíquetes-alimentação desde o dia 20 de dezembro. "Estamos procurando todos os caminhos legais para solucionar esta questão. Criando formas para que os órgãos paguem seus funcionários, até mesmo possibilitando o depósito direto na conta dos trabalhadores, sem passar pela empresa", afirmou a proprietária da Conservo, Débora Cúgola.
Funcionários do Ministério do Esporte, que preferem não ser identificados com medo de represálias, disseram que o órgão propôs o adiantamento dos salários de dezembro, mas, a proposta não foi bem recebida. Os trabalhadores afirmaram ainda que a Conservo supostamente já teria recebido a verba para o pagamento dos benefícios, mas que a empresa ;justifica os atrasos por falta de dinheiro;, protestou uma funcionária.
Sobre isso, Débora Cúgola disse que a empresa não pode pagar os funcionários porque não recebeu dos órgãos públicos os cerca de R$ 10 milhões, que estão retidos por causa do bloqueio imposto pela Controladoria Geral da União (CGU). O montante seria utilizado para efetuar os pagamentos de trabalhadores, entre outras despesas. ;A decisão da CGU atingia os contratos em vigor. Os empenhos estão bloqueados para os órgãos pagarem os contratos. Sem empenho, não há pagamento;, comentou Débora.
A proprietária afirmou ainda que a empresa só pode esperar os órgãos pagarem as faturas e repassarem o dinheiro. ;Não tenho como dar nenhuma previsão para a liberação deste pagamento. A conservo está na dependência do repasse pelos órgãos;, argumentou a empresária.
No dia 22 de dezembro, foi publicado o parecer da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre a inidoneidade das empresas do grupo Conservo no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf). A decisão foi motivada por indícios de irregularidades cometidas pelas empresas em contratos com vários órgãos da Administração Federal.
A empresa tem contratos com cerca de 14 ministérios, além de tribunais e empresas estatais. A rescisão contratual será feita de forma gradativa para atender exigência da CGU.