Cidades

Chuva deixa três famílias desabrigadas no Varjão

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postado em 02/01/2009 14:33
A chuva que atingiu o Distrito Federal no primeiro dia de 2009 causou estragos em uma invasão na Quadra 5 do Varjão. Uma árvore de Garapuvu caiu e destruiu três barracos, próximo ao conjunto E. A queda ocorreu por volta de 19h de quinta-feira (01/01) e ninguém se feriu com gravidade. Em um dos barracos destruídos pela árvore morava a família da dona-de-casa Rosa de Jesus Santos, 35. Na hora da chuva estavam na casa ela, o marido e o filho de 11 meses. "O bêbe estava no quarto com o meu marido, eu nem vi acontecer. Tava ventando muito e começou a balançar a porta. De repente, tudo começou a cair e peguei o meu filho e sai de casa. Ainda bem ele não se machucou", conta Rosa, que machucou o olho, foi levada para o Hospital de Base do DF, mas liberada logo em seguida. "Eu não sei o que bateu em mim, se foi galho ou parte do telhado". A família de Rosa e as outras duas também que tiveram seus barracos destruídos foram transferidas para a Creche Comunitária do Varjão, onde vão ficar até serem transferidas para um local definitivo. Durante todo o dia de ontem as famílias tentaram recuperar o que podiam. Rosa perdeu quase tudo, só conseguiu salvar os objetos pessoais a geladeira e o fogão. ;O resto tudo estragou com a queda da árvore e a chuva;, lamenta. Enquanto recolhia o que foi salvo o pequeno João Vitor dormia na casa de vizinhos. Na área onde Rosa vive, ainda moram outras 25 famílias que, segundo o diretor técnico da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codab), Oto Ribas, terão que sair imediatamente do local, que já foi condenado pela Defesa Civil. Para as estas famílias, em situação de risco, já foram oferecidos lotes em Samambaia. ;Muitas famílias são parentes de moradores antigos que ganharam lotes no Varjão e agora esperam ganhar seu lote lá também, mas não é possível, o Varjão não tem mais para onde crescer. Não existem mais lotes disponíveis;, explica Ribas. Mas quem mora no local não quer ir para tão longe do antigo lar. A família de Silvina Eva da Silva, 29, vive no barraco construído próximo a encosta há oito anos. Grávida de oito meses e com outros quatro filhos, ela não quer sair de lá. "Eu não quero ir para Samambaia. Eu nunca vi nada assim acontecer por aqui. Só saio se for ficar no Varjão", afirma. Segundo ela, o marido trabalha como jardineiro em casas do Lago Norte e perderia o emprego se fosse para tão longe. Mesmo com a resistência e os moradores dizendo que nada havia acontecido na região, a Defesa Civil alerta que não há como ninguém continuar morando no local. Segundo a supervisora de Serviço da Defesa Civil, Edna Gonçalves de Oliveira, a área já havia sido condenada pelo órgão em outubro. "É área de encosta, tem terreno argiloso e as casas não são construídas de acordo com padrões seguros da construção civil. É uma área de risco muito alto e uma tragédia muito maior pode ocorrer a qualquer momento" alerta.

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