postado em 05/01/2009 13:40
As 26 famílias que vivem na quadra 3/5 - considerada área de risco no Varjão ; devem ser removidas nesta terça-feira (06/01). No entanto, a transferência dos moradores depende ainda das condições climáticas e da aceitação da população em deixar a área. Isso porque eles rejeitam ir para a Expansão de Samambaia, onde o governo promete doar um lote a cada um. Uma reunião está agendada para às 18h de hoje na escola classe da cidade.
Uma árvore caiu sobre três barracos da quadra no último dia 1º. Mas, mesmo com a situação crítica no local os moradores resistem a remoção. A população alega que vão a pé ou de bicicleta para o trabalho e, por isso, temem o desemprego. Eles trabalham em comércios e casas de família no Lago Norte. É o caso do copeiro Martin Ferreira da Costa, 26 anos. ;Eu tinha uma outra casa aqui, mas também era área de risco e tive que sair. Aqui é a única opção que eu tenho e preciso morar perto do meu emprego, se tiver que ir para Samambaia o patrão não vai arcar com as passagens de ônibus;, reclama.
Segundo Costa o patrão terá que arcar com R$ 10 por dia só de passagem de ida e volta, R$ 3 de Samambaia até a Rodoviária do Plano Piloto e mais R$ 2 da Rodoviária para o Lago Norte. ;Ninguém vai querer ter este custo se pode contratar um trabalhador que mora no Varjão;, afirma o copeiro.
Mesmo com a reivindicação da população o secretário-adjunto de Ação Social, João de Oliveira, garante que as famílias serão retiradas da área de risco. ;O problema que temos é de risco de vida e isso tem que ficar acima de qualquer interesse. Nós também demos outras duas opções a transferência imediata para o albergue de Taguatinga com direito a alimentação e higiêne e o pagamento de três meses de aluguel, inclusive no Varjão; afirma. As moradias estão na encosta de um morro em uma invasão de área pública. Outras famílias já foram retiradas do local.
Outro ponto crítico é a quadra 11, onde cerca de 150 barracos de madeirite ocupam o local. Uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) fez nesta manhã um levantamento para saber ao certo quantas famílias vivem nessa área de risco.