Cidades

Lanterneiro admite ter mandado matar a mulher

O corpo da jovem Thaís Hádilla, de 20 anos, foi encontrado numa área entre o Gama e Santa Maria no último dia do ano

postado em 07/01/2009 09:07
O principal suspeito de matar a jovem Thaís Hádilla de Paulo Veras, 20 anos, está preso desde segunda-feira ; seis dias após a polícia encontrar o corpo dela numa área entre o Gama e Santa Maria conhecida como Prainha. Somente ontem o lanterneiro Marcelo de Jesus Rodrigues, 23 anos, resolveu confessar que é responsável por tirar a vida da mãe das suas duas filhas. Ele deu a seguinte versão: ;Eu não queria matá-la. Era somente para dar um susto;. A família dela contestou: ;Ele era muito ciumento;, diz a irmã da vítima, Tamires Sousa, 21. Thaís e Marcelo viveram juntos por quatro anos. Eles estavam separados havia três meses, período em que o lanterneiro mudou o comportamento. O marido carinhoso deu lugar a um homem agressivo. Embora estivessem dormindo em casas diferentes, se viam com frequência. Marcelo queria reconquistar a mulher. No início de dezembro, demonstrou do que era capaz para consegui-la de volta. ;Ele a convidou para a sua casa e bateu bastante nela;, lembra Tamires. Na ocasião, a polícia prendeu o companheiro, mas Thaís retirou a ocorrência. Marcelo teria tramado o crime dois dias antes. Afirma ter contratado os supostos assassinos na Feira do Pedregal. Pagou R$ 1 mil para dois homens darem uma lição na ex-mulher. ;Ela estava usando drogas e saindo com homens. Eu queria tirá-la dessa vida;, alegou. Na terça, 30 de dezembro, por volta das 19h, a dupla contratada teria encontrado a vítima na parada de ônibus da Quadra 30, onde Marcelo havia marcado de encontrá-la. Colocaram a garota em um Chevette. Só foi encontrada no dia seguinte, às 12h30. Apresentava cortes no pescoço e hematomas. Estava nua, o que indica possível estupro. O acusado se apresentou à 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) na segunda-feira. O delegado-adjunto, Victor Dan, já o esperava com o mandado de prisão preventiva expedido. O policial disse ter depoimentos de testemunhas que viram o autor e a vítima juntos em um supermercado da Quadra 33 do Setor Oeste, próximo à residência de Thaís, no dia em que ela desapareceu. Marcelo pode pegar até 30 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. ;Havia marcas de tortura na vítima. Além disso, ele pode ser indiciado por estupro caso seja positivo o exame de conjunção carnal, que dá um pena de até cinco anos;, disse o delegado Dan. Com a fotografia da filha nas mãos, Maria Aparecida de Paulo Veras, 45, foi à delegacia e assistiu à confissão do ex-genro. ;Há 15 dias, Thaís disse que se acontecesse alguma coisa com ela, era para eu cuidar das filhas. Ela parecia estar prevendo a tragédia.; Entre janeiro e maio de 2008, o número de mulheres assassinadas em ambientes domésticos diminuiu 50% em relação ao mesmo período do ano anterior: cinco contra 10. Para a delegada-chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher (Dam), Sandra Gomes Melo, isso se deve à mudança de postura das vítimas. ;Em 2008, a Deam abriu 3.122 inquérito policiais para investigar violência contra a mulher, quase o dobro do ano passado, que foi de 1.677;.

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