postado em 10/01/2009 08:25
Reforço no policiamento, abaixo-assinado e previsão de construção de postos comunitários. Um dia após denúncia publicada pelo Correio sobre a venda e o consumo de crack no fim da Asa Norte, moradores, comerciantes e autoridades da segurança pública do Distrito Federal reagiram ao avanço da droga nas comerciais e residenciais da 314 e 315 Norte. A principal medida no local começou a ser colocada em prática na noite de ontem, quando quatro viaturas e 15 policiais militares intensificaram as abordagens aos frequentadores noturnos da região.
Na edição de ontem, o Correio publicou o resultado de duas noites e duas madrugadas de investigação na área. Houve flagrantes de traficantes, olheiros e viciados em movimentação constante para negociar e usar as pedras nas imediações da mais nova cracolândia do DF ; até então havia oito, segundo levantamento feito pela reportagem em dezembro (leia quadro). A maioria é jovem, veste bermudões, bonés e camisas largas e se esconde na prostituição local. Marquises e pilotis dos blocos residenciais servem como ponto de encontro. Porteiros, câmeras de vídeo e iluminação não inibem a presença deles.
As revistas da Polícia Militar tiveram início pouco depois das 20h e escolheram como alvo, principalmente, prostitutas que atuam no local, já que os traficantes se afastaram momentaneamente após a publicação da reportagem. ;Pelo que temos apurado com policiais trabalhando à paisana, algumas mulheres atuam em parceria com eles;, comenta o tenente Márcio Rogério Rodrigues, que comandou a operação. ;Esse trabalho de investigação é mais efetivo para acabarmos de vez com o tráfico por aqui. Mas também agimos com o policiamento ostensivo para marcar presença com os usuários e dar segurança à população;, completa ele, que afirma que a legislação branda favorece os criminosos. ;Sabemos quem são os marginais, mas quando revistamos eles não têm nada ou portam pequena quantidade da droga. Dizem que são usuários;, conclui.
A Secretaria de Segurança Pública também anunciou reforço de investigação para a 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) e a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord).
A prefeita da 315 Norte, Fátima Célia Aragão Marques, disse que a partir deste fim de semana organizará abaixo-assinado para a construção de um posto comunitário da Polícia Militar na entrequadra. O mais próximo fica na 312 Norte. ;Contratamos um vigilante para cuidar da iluminação do Natal, mas devemos ficar com ele por mais tempo. Mas é preciso mesmo um posto da PM por aqui. Já fizemos reuniões com a comunidade e agora vamos atrás das assinaturas;, explicou Fátima, também integrante do Conselho Comunitário de Segurança de Brasília.
Colaborou Raphael Veleda
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