Cidades

73% dos internautas são contra projeto de Niemeyer para a Esplanada

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postado em 26/01/2009 08:31
Além de provocar polêmica entre arquitetos e urbanistas, conforme o Correio mostrou ontem, a proposta do arquiteto Oscar Niemeyer de construir uma praça no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, a 400m da Rodoviária do Plano Piloto, divide a opinião dos brasilienses. Resultado parcial de uma enquete promovida pelo Correiobraziliense.com.br mostra que a maioria dos internautas é contra a construção da Praça da Soberania, prevista para ter um obelisco triangular e um prédio curvo, além de um estacionamento subterrâneo para 3 mil veículos. Entre as 8h e as 21h30 de ontem, 713 pessoas registraram a opinião no site e 73,7% delas se disseram contra o projeto. Apenas 26,3% dos internautas se manifestaram favoravelmente. Nas ruas, as reações são diversas. Entre brasilienses ouvidos ontem, há gente que defende a manutenção da Esplanada como está e também quem acredite na construção de mais um ponto turístico na região (leia abaixo). Depois que o projeto foi divulgado, arquitetos e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se posicionaram contra a obra, alegando que ela fere as leis do tombamento e altera o visual da Esplanada. Com 100 metros de altura, o obelisco se tornaria a mais alta construção do local, maior até que o Congresso Nacional, com 92 metros. A Praça da Soberania também terá um museu, o Memorial dos Ex-Presidentes, ou Memorial da República. Em artigo publicado no Correio na última quinta-feira, Oscar Niemeyer defende que mudanças em grandes cidades são inevitáveis. ;Em minha última visita pude sentir, com clareza, a necessidade de se criar uma praça com escala compatível com a capital de um país que se faz tão admirado como o nosso. E é meu direito e obrigação concebê-la e propô-la;, escreveu o arquiteto. Profissionais da arquitetura criticam a praça pela mudança na paisagem. ;Dificilmente um obelisco vai se tornar um ponto de atração. Tenho minhas dúvidas se ali funcionaria como praça, encontro de pessoas. E tem a questão do tombamento;, afirmou o arquiteto Geraldo Nogueira. O superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal, voltou a dizer ontem que a construção é proibida pelas duas leis que tombaram a cidade, a federal e a distrital. Segundo ele, não se pode erguer nada no canteiro central do Eixo Monumental, entre a Rodoviária e a Praça dos Três Poderes. Gastal ameaça recorrer à Justiça caso o GDF insista em fazer a praça. ;Estamos abertos a conversar com o governador quando ele quiser e ele sabe disso. Mas aquela é uma área protegida contra construções.; A assessoria do governador José Roberto Arruda informou que ele não desistiu do projeto, mas mantem a posição de não construir a praça imediatamente.

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