postado em 27/01/2009 12:17
A mulher que abandonou a filha recém-nascida em uma parada de ônibus da Asa Sul, no último sábado, não vai mais prestar depoimento nesta terça-feira (27/01). Raquel Lopes Cordeiro, 28 anos, receberia alta nesta manhã do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), mas os médicos preferiram aguardar o resultado de um novo exame para saber se a infecção urinária, da qual ela se tratava, foi curada.
Outro motivo para que Raquel continuasse internada foi a piora no quadro emocional. Segundo funcionários do Hran, ela está muito abalada, chora e se mostra arrependida. Ela deve passar por uma nova avaliação psicológica amanhã. O depoimento fica suspenso por tempo indeterminado, já que não há previsão da alta.
A liberação da paciente foi anunciada no início da manhã de hoje e a polícia chegou a ir buscá-la no hospital. Ela seria levada ao IML para realizar exames e, depois, encaminhada à 5ª DP para prestar depoimento. Mas Raquel ficou muito nervosa no momento de deixar o Hran, o que fez com que o caso fosse reavaliado pela equipe médica.
Depressão
No IML, a acusada será entrevistada por psicólogos e psiquiatras, que vão atestar se ela sofre ou não de depressão. ;Até agora, sabemos que ela cometeu um crime, mas não sabemos qual. Com o exame, saberei se ela responderá por infanticídio ou homicídio qualificado;, explica o delegado-adjunto da 5ª DP (Área Central), Marco Antônio de Almeida.
A pena para infanticídio (quando a mãe mata o filho por causa de depressão pós-parto) é de dois a seis anos de prisão. Já o homicídio qualificado prevê uma punição de 12 a 30 anos de detenção. Ela vai responder ao processo em liberdade.
Bebê descartado
Recepcionista de uma boate, Raquel Lopes Cordeiro deu entrada no Hran no último sábado (24/01) com todos os indícios de um parto recente e com a placenta em fase de expulsão. O ginecologista de plantão chamou a polícia.
No início, a mulher negou ter dado a luz, mas acabou admitindo e disse ao policial o local onde teria jogado a criança. A bebê foi encontrada em um ponto de ônibus no Setor Comercial Sul, dentro de cinco sacolas de plástico, todas amarradas.