Cidades

Mudança de escola, só no início do ano letivo

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postado em 06/02/2009 09:24
As Regionais de Ensino do Distrito Federal não atenderão nenhum processo de remanejamento de alunos hoje. A medida foi tomada para evitar a repetição dos tumultos de ontem, quando centenas ou até milhares de pessoas esperaram horas em filas enormes para serem atendidas. Cerca de 95% das solicitações eram para mudança de escola, segundo balanço divulgado no final da tarde. O movimento não era previsto pela Secretaria porque, durante todo o processo de matrícula, 15,5 mil pedidos de remanejamento tinham sido aceitos, num total de 19,7 mil solicitações. Hoje, só serão recebido pais ou responsáveis por crianças e adolescentes que não estão matriculados em nenhuma escola. O remanejamento será feito nas próprias escolas, durante as duas primeiras semanas de aula. A confusão surpreendeu a secretaria na manhã de ontem. Para garantir o estudo do filho na escola desejada, milhares de pessoas se aglomeraram na porta das Regionais, sobretudo em Ceilândia, em busca das vagas remanescentes. Teve gente que dormiu na fila e outros chegaram entre as 5h e as 6h. A distribuição das senhas começou às 9h, quando mais de 1,2 mil pessoas já aguardavam sob o sol quente. Em Ceilândia, cada cadastro levava pelo menos 20 minutos para ser concluído. Logo o auditório com capacidade para 150 pessoas ficou lotado e algumas pessoas ameaçaram invadir o local. Por medida de segurança, os portões foram fechados, por volta das 10h, e a Polícia Militar foi ao local. No meio do empurra-empurra, algumas pessoas passaram mal, entre elas algumas mulheres grávidas. O secretário de Educação, José Luiz Valente, foi até Ceilândia para reorganizar o atendimento. Os portões foram reabertos às 11h30. ;Tudo que nós tentamos fazer esse ano foi não impor à população um sacrifício como o que eles estão passando aqui;, disse o secretário, que conversou com alguns pais e pediu desculpas pelos transtornos causados. A diretora da Regional, Ana de Fátima Dias, explicou que, até o ano passado, as vagas remanescentes eram oferecidas nas escolas. ;Pensamos que centralizar nas regionais poderia ficar mais fácil para administrar, mas foi pior do que esperado e não funcionou;, admitiu. Depois de enfrentar horas na fila, sol forte e muita confusão, os pais voltaram para a casa sem a certeza de ter conseguido uma vaga satisfatória. Ana de Fátima informou que um balanço será feito ainda nesta madrugada e os interessados terão de voltar nesta sexta-feira à porta da Regional, onde uma lista será afixada com o resultado. Para matricular o filho em um Centro de Ensino Fundamental de Ceilândia, a autônoma Célia Maria Rodrigues, 29 anos, chegou às 5h na porta da Regional de Ensino da cidade. Ela havia feito a pré-matrícula pelo 156, mas não foi contemplada. Após sete horas de espera, Célia deixou a instituição com o papel de cadastro na mão, mas sem a certeza de ver seu garoto de 5 anos ir à escola pela primeira vez. Perto de casa Para Valente, o tumulto foi desnecessário pois há vagas em toda a rede pública. Quem não estudar perto de casa, terá transporte disponível. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Educação, foram 10 mil atendimentos em todo o DF ontem. A secretária-adjunta de Educação, Eunice Oliveira, pede que os pais que queiram trocar seus filhos de escola não procurem as regionais de ensino hoje. ;Vamos tentar atender exclusivamente quem está sem vaga. Não é necessário pânico. Não falta turma para ensino fundamental e médio. Todo mundo será atendido;, diz.

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