Cidades

Gastal classifica derrubada de escola como 'crime'

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postado em 09/02/2009 08:26
Um crime. Assim o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no DF, Alfredo Gastal, classificou a derrubada da Escola Classe Júlia Kubitschek, em 1989. O prédio foi a segunda obra em pilotis do Distrito Federal. Só não é mais antigo que o Catetinho. Os traços da obra vieram das mão do arquiteto Oscar Niemeyer que, posteriormente, viria a projetar alguns dos principais cartões postais de Brasília. A escola representa o primeiro passo da educação na capital. Ali, os filhos de operários e diretores administrativos aprenderam a ler e escrever. Apesar de guardar a história da cidade, a estrutura veio ao chão. ;Deve ter sido um maluco de plantão;, comentou Gastal. No vídeo da inauguração da escola, os então representantes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Israel Pinheiro e Ernesto Silva, acompanham o Ministro de Educação e Cultura da época, Clóvis Salgado, no corte da fita. Do trio de pioneiros, o único ainda vivo é Ernesto. Ele lembra com carinho daquele dia de outubro de 1957. ;Foi uma coisa linda. Por ali passaram milhares de professores e alunos que hoje fazem a história da cidade;, lembrou ele, aos 94 anos. Hoje, o pioneiro lamenta o descaso com o patrimônio. ;Quando JK saiu, tudo foi destruído. É lamentável não termos acesso a um prédio tão importante. Não restou pedra sobre pedra;. Informações da Secretaria de Educação do DF não dão conta das razões que levaram à demolição da escola, há 20 ano. ;Sabíamos que o prédio estava em péssimas condições. Mas precisava de uma restauração e não de ser derrubado;, comentou Alfredo Gastal. Ele e Ernesto comemoram o início da construção da réplica da obra de Nimeyer. ;É um meio de resgatar a nossa história e cumprir uma dívida de Brasília com Brasília;, concluiu Ernesto.

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