Cidades

Caso Carlos Mota: principal suspeito foi barrado duas vezes na escola

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postado em 11/02/2009 13:36
Um aluno de 18 anos, cujo nome não pode ser divulgado, foi a segunda testemunha a ser ouvida no julgamento de três do quatro acusados de matar professor Carlos Ramos Mota, 44 anos, diretor do Centro de Ensino Fundamental Lago Oeste (CEF-LO), agora Centro de Ensino Fundamental Carlos Mota. Ele disse que o professores tinham orientação para afastar pessoas de fora da escola que iam cobrar dívidas de alunos. A testemunha disse ao juiz Daniel Mesquita Guerra e aos sete jurados que, na escola, Gilson Oliveira, 31 anos, principal suspeito do homicídio, era conhecido por ser traficante, usar drogas e andar com muito dinheiro. Segundo o rapaz, o acusado foi barrado duas vezes no centro de ensino, ao tentar cobrar uma dívida referente a bebidas em uma festa de um outro aluno. Esses incidentes teriam motivado uma reunião entre os docentes e o estudante alvo da cobrança, no dia anterior ao crime. Antes, a filha do dono de um bar onde os quatro acusados teriam aguardado, na véspera, até o momento de ir matar o diretor reconheceu Gilson como um dos presentes. Até às 13h, quatro pessoas foram ouvidas. As outras duas não acrestaram muitos detalhes ao caso. Ao todo, 15 testemunhas, cinco de acusação e 10 de defesa, passarão nesta quarta-feira (11/02) pela audiência. Acusados Três dos quatro acusados de matar o professor Carlos Ramos Mota serão julgados nesta quarta-feira por um juri popular. São eles Carlos Lima do Nascimento, 22 anos, Benedito Alexandro do Nascimento, 20, e Alessandro José de Sousa, 19. O único que não será julgado é Gilson Oliveira, 31 anos, principal suspeito do homicídio. Ele recorreu da sentença e teve o processo desmembrado para ser julgado separadamente. A data do juri ainda não está definida porque o recurso ainda terá que ser analisado. O crime Os acusados foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem dar chance de defesa à vítima), crime cuja pena varia de 12 e 30 anos de prisão. Carlos Mota foi assassinado em casa, em uma chácara do Lago Oeste, em junho de 2008. O professor combatia o tráfico de drogas na escola e, segundo a polícia, o crime foi motivado por uma discussão entre ele e Gilson de Oliveira, que teria ido ao colégio cobrar dívidas de drogas de estudantes. Manifestação A comunidade escolar do Lago Oeste se mobilizou, na manhã desta quarta-feira, para acompanhar o julgamento de três acusados de matar o diretor Carlos Mota. Professores, alunos, parentes e amigos sairam em carreata da porta do centro de ensino, no Lago Oeste, até o Fórum de Sobradinho, onde a audiência teve início por volta das 9h. Vestidos com camisetas brancas, com um foto da vítima estampada, eles lotaram o auditório, com capacidade para 150 pessoas. Muita gente aguarda do lado de fora, com faixas e cartazes pedindo justiça e paz. A audiência das 15 testemunhas deve se estender até o início da noite, e só então os acusados devem sentar no banco dos réus. A sentença está prevista para sair já na madrugada.

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