postado em 13/02/2009 23:41
Cerca de 40 pacientes aguardam atendimento na noite desta sexta-feira (13/02) na emergência do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Muitos chegaram no início da tarde e continuam sem previsão de serem recebidos pelos médicos. Alguns não suportaram o cansaço e dormem nas cadeiras. Outros tantos pacientes desistiram de esperar e foram embora. Uma senhora com fortes dores na coluna teve quer ser levada por populares até a sala da enfermaria.
O analista de sistemas Ricardo de Lima, 27 anos, chegou com a namorada por volta das 13h30. Ela está, segundo ele, com princípio de pneumonia e só foi atendida perto das 22h. Durante todo esse tempo, os vigilantes que controlam a entrada e saída de pacientes, de acordo com Ricardo, não sabiam dar informações sobre que horas ela poderia ser atendida. "Isso é sem noção. Nunca passei por isso", disse ele, enquanto aguardava a namorada do lado de fora. "Ela me contou, por telefone, que estão lavando a sala do Raio-X e que por isso está demorando", completou.
Rosângela Aguiar, 24 anos, chegou às 13h e até às 22h não tinha sido atendida. "Passei a tarde inteira aqui e ninguém dá informação alguma. Isso é um descaso", reclamou ela, que disse estar com a garganta inflamada. "Já estou ficando é boa. Mas fico com medo de ir pra casa e voltar a passar mal de novo", comentou Maria Lucineide Lopes, 46, que chegou ao Hran por 17h30 e também aguardava atendimento. "Como que espera sentindo dor? Que horas nós vamos sair daqui, meu Deus?", desesperava-se Maria Helena Cândida, 55, que acompanhava o sobrinho doente de 35 anos. Ele sofre de problema nos rins.
Pior para as gestantes
As gestantes são as que mais sofrem com a demora no atendimento. De acordo com relatos de pacientes, pelo menos quatro mulheres prestes a dar à luz chegaram ao hospital entre 20h e 22h. Uma teve o bebê na porta de entrada da maternidade. A tia do servidor público Mayson Ricardo Figueiredo, 25, não aguentou esperar e foi levada às pressas para o Hospital Regional da Ceilândia. "Disseram que só tem um médico para atender as gestantes, isso é um absurdo", disse ele. Antes, Mayson esteve com a tia no Hospital Regional da Asa Sul (Hras) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB). No primeiro, segundo ele, disseram que o "teto tinha caído" e que, portanto, não haveria como atendê-la. No HUB, a informação era de que a maternidade estava lotada.
Durante os 45 minutos em que a reportagem permaneceu no Hran, os funcionários não conseguiram localizar a chefe da equipe médica para dar explicações. O telefone da sala de onde ela estaria não atendeu nas diversas vezes em que a reportagem tentou contato.