Jornal Correio Braziliense

Cidades

Tumulto no Hran ontem foi causado por 'demanda excepcional', diz Saúde

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirmou neste sábadon (14/02) que o tumulto, a confusão e a longa espera enfrentados por pacientes na noite desta sexta-feira no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) - relatados em reportagem publicada ontem no correiobraziliense.com.br - foram causados por uma ;demanda execpcional; por atendimento na unidade, principalmente no setor de obstetrícia. Por meio de sua assessoria de comunicação, o órgão afirmou que, enquanto que o Hran faz uma média de 14 partos por dia, ontem foram realizados 30 somente no período da noite. A sobrecarga, segundo a assessoria, nada teria a ver com o fato de o Hospital Regional da Asa Sul (Hras) ; que em geral é procurado primeiro pelas parturientes ; estar com o teto em obras após um acidente. A secretaria disse ainda que a maior parte dos pacientes que buscaram atendimento no Hran ontem eram provenientes do Entorno. Ontem, a reportagem foi ao Hran por volta das 21h, e constatou confusão e demora geral no atendimento e dificuldades enfrentadas principalmente pelas gestantes. A equipe permaneceu no local por 45 minutos e tentou ouvir o hospital, mas os funcionários não conseguiram localizar a chefe da equipe médica para dar explicações sobre o que estava ocorrendo. O telefone da sala de onde ela estaria não atendeu nas diversas vezes em que foi tentado contato. Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde, a chefe do plantão não atendeu a reportagem porque, apesar de haver quatro médicos no centro obstétrico, ela teve que realizar partos em razão da demanda elevada. De acordo com a secretaria, o Hras está realizando atendimentos regularmente apesar dos problemas com o teto, e o encaminhamento de gestantes para outras unidades só estaria acontecendo no caso em que as parturientes têm condições de esperar. De pé Com base no relato de uma testemunha, a matéria publicada no correiobraziliense.com.br ontem trouxe também a informação de que uma gestante deu à luz na porta do hospital, fato que a secretaria disse ter investigado e não ter comprovado, por meio de nota de sua assessoria de comunicação. Procurado hoje, Mayson Ricardo Figueiredo, 25, a testemunha ouvida pela matéria, relatou que a parturiente, na verdade, não deu à luz na porta da unidade de saúde, mas entrou em trabalho de parto enquanto esperava de pé ser encaminhada para a maternidade . ;Enquanto a irmã dela fazia a ficha, a bolsa estourou com ela de pé na porta, e começou a sair a cabeça do neném. A mãe dela não sabia se acudia ela ou se segurava o bebê. Só então puseram ela em uma maca;, disse Mayson. O rapaz não soube informar o nome da gestante mas disse que, segundo sua mãe, a jovem foi encaminhada primeiro para o Hras ; onde geralmente são realizados partos na rede pública do DF ;, de lá para o HUB ; onde a maternidade estava lotada ; e por fim para o Hran.O jovem, que acompanhava uma tia também gestante ; e que foi transferida sucessivamente do Hras para o HUB, Hran e por fim para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) ; disse que teria havido pelo menos mais uma gestante cuja bolsa teria estourado na porta do Hran. ;As pessoas contaram para a gente, e quando chegamos estavam limpando o sangue;, afirmou.