postado em 18/02/2009 07:50
Os apaixonados pelo carnaval ou os brasilienses em busca de um feriado de descanso têm pelo menos uma preocupação em comum nesta época do ano: a situação das estradas na saída da capital. Quem vai viajar de carro deve cuidar da manutenção do veículo e prestar atenção às condições das rodovias para evitar acidentes. O Correio percorreu as principais rodovias que cortam o DF para mostrar como estão o asfalto, o acostamento e a sinalização. A maioria das estradas federais pode ser definida como bem conservada, mas há pistas repletas de buracos, onde é necessário cuidado redobrado. Outro motivo para os motoristas aumentarem a precaução é a chuva prevista para o carnaval.
Nas proximidades de Brasília, o maior problema é a BR-070, que liga o DF a Pirenópolis. O trecho de quase 18 quilômetros entre a divisa e o fim da cidade de Águas Lindas está complicado. O acostamento desapareceu em meio a terra e aos buracos. Os motoristas que percorrerem essa área devem se preparar para problemas de retenção no tráfego. A partir do quilômetro 18 da BR-070 até as proximidades de Pirenópolis, o asfalto encontra-se em boas condições. Nesse trecho, o principal cuidado para evitar acidentes será o respeito à velocidade e à sinalização.
Outra rodovia que apresenta problemas é a BR-080, que liga Brasília à cidade goiana de Padre Bernardo. Dentro do DF, a estrada apresenta boas condições, mas, a partir do quilômetro 36, a pavimentação tem falhas. Outro problema grave na rodovia é a sinalização horizontal. As faixas que dividem os dois sentidos da via estão apagadas, o que impede o motorista de saber se é possível ou não fazer ultrapassagens. Também não há placas com indicações de velocidade ou curvas perigosas.
Já na BR-060, que liga Brasília a Goiânia, a pista foi recentemente duplicada e, próximo ao DF, o asfalto parece um tapete. Na BR-040, que dá acesso a Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, o trecho próximo ao DF está com o asfalto remendado, mas sem buracos. Condições semelhantes são observadas na BR-020, utilizada por quem se dirige ao Nordeste.
Armadilha
As estradas em boas condições de conservação requerem cuidado. Isso porque muitos condutores abusam da velocidade quando não encontram obstáculos nas pistas. Levantamento da Polícia Rodoviária Federal realizado durante o carnaval do ano passado mostrou que 80% dos acidentes ocorreram em estradas em boas condições de tráfego e 71,4% em grandes retas. Mais da metade das batidas de carro, 53,6%, ocorreram durante o dia e 63% com tempo bom. ;Infelizmente, as pessoas exageram na velocidade quando encontram uma pista com boa conservação;, garante o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Dalvimar Lucas. ;Para evitar acidentes, basta obedecer à sinalização e ao Código de Trânsito. Isso quer dizer que não se deve fazer ultrapassagens proibidas, beber antes de dirigir nem ultrapassar a velocidade estabelecida para a rodovia;, destaca Dalvimar Lucas.
A Polícia Rodoviária Federal terá 130 homens trabalhando durante o carnaval. Os inspetores usarão sete bafômetros, além dos equipamentos descartáveis, para fiscalizar o cumprimento da lei seca. ;Nossa meta é que não haja mortes no trânsito durante o carnaval. Ano passado, foram três mortes e 56 feridos nesse período e queremos mudar as estatísticas;, destaca Dalvimar Lucas, da PRF. No último feriado prolongado, entre 20 de dezembro de 2008 e 4 de janeiro deste ano, houve nove mortes no trânsito.
O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Alfredo Soubihe ; responsável pelas rodovias federais de Goiás e do DF ; explica que o Dnit está fazendo um diagnóstico da situação das estradas nessas duas unidades da federação. Mas, segundo ele, nenhuma intervenção grande pode ser feita antes do fim do período chuvoso. ;Estamos fazendo trabalhos de pequeno porte mas, a partir de abril, vamos melhorar significativamente a malha, especialmente no Distrito Federal;, garante Alfredo, que assumiu o cargo há 15 dias. ;O que dá para melhorar imediatamente é a sinalização. Em no máximo dois meses, vamos investir nessa área;, garante Soubihe.