postado em 20/02/2009 11:38
A insegurança dos ciclistas que trafegam pela DF-025 tem prazo para acabar. O Departamento de Estradas e Rodagens do Distrito Federal (DER-DF) iniciou, na última segunda-feira (16/02), as obras da ciclovia na vai do balão do aeroporto até a Barragem do Paranoá. O espaço cicloviário terá 25km e deve ficar pronto em 120 dias, com toda a sinalização e recuperação da capa asfáltica da via principal, também conhecida como Estrada Parque Dom Bosco. Os custos, no total de R$ 3 milhões, serão pagos com verba do programa Pedala DF, do governo do Distrito Federal.
Os trabalhos começaram pela subida que liga o Lago Sul ao Paranoá. A pista não possui acostamento. No entanto, o fluxo de bicicletas é intenso, devido aos moradores do Paranoá e Itapoã que passam pela DF diariamente."Ali tínhamos um problema. Ciclistas compartilhavam a pista com os carros. Agora, eles terão um espaço protegido por defensas metálicas", Explicou o diretor-geral do DER-DF, Luiz Carlos Tanezini.
O local foi palco de uma tragédia, em dezembro do ano passado. O jardineiro Sebastião Batista da Silva, 48 anos, morreu ao ser atropelado por um carro quando ia para o trabalho de bicicleta. De acordo com dados do Departamento de trânsito do Distrito Federal (Detran), até novembro do ano 50 ciclistas morreram vítimas de acidentes de trânsito no DF.
A obra da DF-025 será a quinta concluída pelo programa Pedala DF, que já conta com 70km prontos, informou Luiz Carlos Tanezini. Os primeiros 12,1 Km foram inaugurados em outubro do ano passado, na DF-005. A via que passa pelo Lago Norte e Varjão atende a grande demanda de trabalhadores e estudantes e tratou-se da primeira grande área ciclística sinalizada de Brasília. Também já estão à disposição dos usuários as ciclovias de Samambaia -- um projeto integrado com as estações do Metrô, onde há bicicletários --, do Itapoã, e a que liga a cidade de São Sebastião ao Jardim Botânico (no Lago Sul).
O presidente da ONG Rodas da Paz, Maurício Machado, comemora os avanços do programa cicloviário do DF, mas diz que essa quilometragem ainda é baixa em relação a demanda. "A cidade pode receber muitos outros espaços seguros, em função da sua topografia", ressalta. Segundo ele, apesar da bicicleta ser muito utilizada, ela ainda não é privilegiada com projetos de mobilidade como deveria, em função dos benefícios que pode trazer.
Maurício destaca que o veículo é ecologicamente correto, econômico (por não utilizar combustível) e faz bem para a saúde. "No Brasil, nós ainda estamos engatinhando na criação desses espaços, que tanto podem contribuir para a melhora da qualidade de vida", lamenta.
Melhorias à vista
Apesar da quantidade de ciclovias ainda estar aquém das expectativas da ONG Rodas da Paz, o Distrito Federal poderá, em pouco tempo, ser modelo nesse quesito para o resto do País. A intenção do GDF é entregar, até 2010, 600km de rotas cicláveis. Elas serão implantadas no acostamento, equipadas com sinalização vertical e horizontal, advertindo ao longo de todo o percurso sobre os pontos de conflitos. O programa Pedala DF prevê, ainda, que todas sejam integradas.
"Nenhuma Estado brasileiro tem uma malha cicloviária para essa ordem e grandeza. É um projeto ousado, mas que o governador Arruda está determinado a implantar até o fim do mandato. Só o DER fará neste ano 160km, mas a Novacap também tem trabalhos em andamento", explica Tanezini.
Tanezini adianta que outros projetos estão em fase de elaboração. A previsão é que sejam construídos no Eixão Sul e Norte, Estrada Parque Taguatinga (EPTG), Vicente Pires, DF-459 (ligação Ceilândia-Samambaia) e DF-150 (do Posto Colorado até a Fercal). "Com isso nós esperamos zerar o índice de acidentes com mortes envolvendo ciclistas", diz o diretor.