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Menos chuva e mais calor: o veranico chegou ao DF

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postado em 03/03/2009 08:10
Dias de sol escaldante e umidade mais baixa começaram a fazer parte da rotina dos brasilienses antes do esperado. A cidade passa, atualmente, pelo que os especialistas chamam de veranico ; período de estiagem em épocas características de chuva. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a quantidade de precipitações atmosféricas no mês passado ficou 41% abaixo da média histórica. A diferença sobe para 48% quando comparada ao mesmo período do ano passado. Em fevereiro de 2008, choveu 242 milímetros (a média é de 214 milímetros). No mês passado, o índice ficou em apenas 126 milímetros. Apesar da queda registrada, a ausência de chuvas é considerada normal pelos meteorologistas. A chuva deve voltar somente no próximo domingo. O Distrito Federal está entre as áreas atingidas pelo chamado ;sistema de alta pressão nos níveis baixos e médios da atmosfera.; O fenômeno faz com que os ventos passem a soprar em direção à superfície da terra. Assim, a formação de nuvens e, consequentemente, a presença de chuvas são prejudicadas. ;É como se houvesse uma tampa comprimindo o ar e impedindo que ele saia dos níveis de superfície;, explica a meteorologista da Climatempo Fabiana Weykamp. A média da temperatura máxima alcançada nos últimos dias foi de 29°C. Mesmo com a expectativa de retomada das chuvas, a semana será de sol e calor ainda mais intensos (a temperatura pode chegar a 32ºC). As próximas precipitações do mês deverão ocorrer de forma espaçada. O meteorologista Manoel Rangel, do Inmet, diz que as possíveis chuvas não serão capazes de conter as altas temperaturas atuais. ;As precipitações tornam a temperatura mais agradável. Mas, de maneira isolada, não são suficientes para conter o calor;, explica. Michelle Peters, jogadora de vôlei: para se proteger, muita água e protetor solarNa pele Acostumada a ficar debaixo do sol de segunda a sábado, a jogadora de vôlei de praia Michelle Peters, 30 anos, sente na pele os efeitos do veranico. Sempre com protetor solar no rosto, ela e parceira de quadra, Izabel Santos, praticam o esporte das 10h ao meio-dia. O horário é um dos mais quentes. Os pés descalços queimam na areia do Parque da Cidade. Com o auxílio de uma mangueira, os atletas molham constantemente o terreno. ;O calor está grande e o ar, seco. Ano passado, essa época foi mais tranquila;, relembra Michelle, que treina em Brasília há mais de cinco anos. Para o funcionário público Luciano Teixeira, 41 anos, o início da manhã é o horário mais adequado para a realização de exercícios físicos. Ele veio do Rio de Janeiro para Brasília há 15 anos. Morador do Sudoeste, Luciano chega ao Parque da Cidade por volta das 8h. O local é palco para a corrida quase diária de 10 quilômetros. Segundo ele, os anos anteriores foram mais chuvosos. Acostumado, porém, ao calor carioca, as altas temperaturas do Planalto Central não foram problema. ;Fui me adaptando ao clima de Brasília;, diz. Nos arredores do local conhecido como Quiosque do Atleta, os frequentadores do Parque da Cidade encontram um ponto de refresco. Água de coco, sucos, duchas geladas e a sombra das árvores são algumas das alternativas encontradas pelos esportistas. Efigênia Gomes faz massagens em um stand localizado no espaço. ;A maioria dos atletas que atendo comenta que está muito quente;, diz. ;Não tem como deixar de se hidratar, além de evitar os horários em que o sol está mais forte.;

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