postado em 13/03/2009 15:56
As lendas dizem que é um dia de azar. Muita gente evita o 13 como pode. Alguns deixam de viajar, outros têm medo até de sair de casa. A temida sexta-feira 13 acontece hoje pela segunda vez este ano. A primeira foi em fevereiro. E ainda em 2009 há mais uma por vir: no mês de novembro.
Muitos mitos e superstições cercam a data. De acordo com o professor de Filosofia da Universidade de Brasília Ubirajara Carvalho, que estuda superstições, a fama desse dia foi criada pelo homem para justificar insucessos. "Ao invés de admitir a culpa por esse ou aquele problema que pode vir a acontecer, as pessoas preferem culpar a sexta-feira 13", explica.
Ainda segundo o professor, a busca incessante do homem por respostas leva a encontrar algo, mesmo que não seja cientificamente comprovável. "Não encontrando essas explicações de modo racional, adequado ou científico, o homem cria, imagina, mas não deixa o fenômeno sem explicação", garante.
Força
As superstições tiveram início há centenas de anos e continuam fortes até hoje. Em alguns hotéis da Europa e até mesmo aqui em Brasília, o décimo terceiro andar nem chega a existir. Pelo menos no painel do elevador. É o caso do Airam Brasília Hotel, localizado no Setor Hoteleiro Norte. Quando foi inaugurado, a numeração do ascensor possuía o 13º andar. Entretanto, quando o dono se casou com uma norte-americana, ele foi convencido a retirar o temido número pela esposa. Prática comum nos Estados Unidos. Agora quem sem hospeda neste hotel percebe que o elevador vai do 12º para o 14º piso.
Para afirmar o 13 como número de mau agouro, algumas lendas antigas contam que esse seria o número ideal para os rituais das bruxas. Na religião, outras possíveis razões para a criação do mito. A última ceia contou com 13 pessoas sentadas à mesa, às vésperas da crucificação de Jesus, que ocorreu em uma sexta-feira. O 13º à mesa seria Judas, considerado o causador da morte de Jesus.
Amuletos
Essas explicações abrem espaço para outros medos. Para combater a má sorte, muitos se utilizam do trevo da sorte e da pata de coelho. Evitar espelhos, escadas e felinos da cor preta podem até virar rotina. O professor Gastão Mesquita acredita nisso. "Eu nunca passo debaixo de escada, é melhor para não dar margem para o azar". Quebrar espelho, jamais. O professor diz que não quer ter os famosos sete anos de azar.
Entretanto, há muita gente que acha graça de tudo isso, como a estudante de Letras Lauane Assumpção. "Eu passo e repasso debaixo da escada, não tenho medo nenhum dessas coisas. Já quebrei espelho e tive muita sorte", diz. A comerciária Sandra Santos vê com bons olhos o 13. "Não acredito que seja um dia de azar, acho até que é o contrário, é um ótimo dia de vendas para mim, só acontecem coisas boas. O 13 é um dia de sorte", acredita.
O vigilante Ailton Nazareno conta que as superstições também não fazem parte do seu dia-a-dia. Por trabalhar durante à noite, ele diz que já viu muita coisa, mas sempre há uma explicação lógica para os acontecimentos. "Se eu encontrar um gato preto não vejo problema algum, posso até levá-lo pra casa e cuidar dele", brinca.