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Igrejas tombadas do DF sofrem com descaso

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postado em 15/03/2009 08:12
Algumas são de madeira ou cobertas de azulejos. Outras parecem ter sido esculpidas no concreto. Apesar das diferenças, as igrejas tombadas de Brasília têm algo em comum: carregam com elas um pouco do passado da capital federal. Mas elas compartilham também uma história de descaso com o patrimônio da cidade. Todas são ou já foram alvos de pichação, incêndios criminosos, falta de manutenção ou simplesmente foram demolidas.

O Correio percorreu os sete templos do Distrito Federal que foram declarados patrimônio histórico e artístico pelo GDF ou pela União. É fácil constatar que, muitas vezes, o tombamento fica apenas no papel. A medida não significa uma garantia de preservação dos monumentos da cidade. No caso das igrejas, apenas três estão em perfeito estado de conservação. Um dos templos foi completamente demolido, dois enfrentam graves problemas e o último está passando por reformas.

O caso mais grave é o da Igreja São Geraldo, no Paranoá. Ela foi construída em 1957 por pioneiros da construção de Brasília. Em 1993, a pequena paróquia de madeira foi declarada patrimônio do Distrito Federal mas, apenas dois anos depois, a construção foi interditada pela Defesa Civil. O estado de conservação era tão ruim que o templo oferecia risco aos fiéis. Em 2005, a Igreja São Geraldo teve de ser demolida. Hoje, existem apenas as escadarias e parte do piso. ;Eu me casei e batizei minhas filhas nesta igreja. Ela faz parte do passado da comunidade e esperamos pela reconstrução;, conta o comerciante João do Violão, 49 anos, que coordena o Movimento em Defesa do Patrimônio do Paranoá.

Azulejos
Nem mesmo os monumentos religiosos tombados na área central da capital federal escaparam do descaso. Na Igrejinha, localizada na 307/308 Sul, os azulejos azuis de Athos Bulcão foram alvo de vândalos e pichadores ao longo das últimas décadas. Em janeiro, um incêndio acidental quase destruiu o templo desenhado por Oscar Niemeyer. Depois do estrago das chamas, foi anunciada uma reforma total da Igrejinha, que deve ser concluída em dois meses.

Na Candangolândia, sobrou apenas a estrutura da Igreja São José Operário ; considerada a primeira da cidade. A reforma da Catedral Metropolitana de Brasília ; um dos principais cartões-postais da cidade ; está com mais de quatro meses de atraso. Grande parte dos vitrais da artista plástica Marianne Peretti está quebrada, o que decepciona os turistas. Na lista das sete igrejas tombadas, apenas três estão em bom estado de conservação: a Igreja São Sebastião, em Planaltina; a Ermida Dom Bosco, no Lago Sul; e a Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, na Vila Planalto ; reconstruída há pouco mais de dois anos.

O superintendente do Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alfredo Gastal, lamenta o abandono de parte dos templos religiosos tombados da cidade. ;O mais preocupante é que esse processo de desmanche da história da cidade está cada vez mais acelerado;, destaca Gastal. Para o diretor do Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico (Depha) do GDF, José Carlos Coutinho, a restauração desses bens tombados é prioridade: ;Essas igrejas contam um pedaço da história da cidade e devem ser restauradas.;

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