Cidades

Parceria entre Correio e GDF levará jornais a 145 mil alunos da rede pública

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postado em 19/03/2009 08:10
O Distrito Federal é referência em educação básica no país. Os alunos de 1ª a 4ª série das escolas públicas tiveram as melhores notas na Prova Brasil 2007, divulgada em junho do ano passado. À medida que os estudantes ficam mais velhos, porém, os índices caem e a avaliação piora. Quando se compara os dados entre os matriculados entre a 5ª e 8ª série, o DF cai para a terceira colocação geral. O exame mede as habilidades dos estudantes em matérias básicas, como português e matemática. A prova exige interpretação dos alunos e as questões ficam mais complexas a cada série. Por isso, saber ler, escrever bem e traduzir as perguntas é fundamental para um bom desempenho na prova. Agora, o Correio Braziliense vai auxiliar a melhoria do aprendizado dos estudantes da rede pública. Em parceria com o GDF, o jornal lançou, ontem, o programa Leio e escrevo meu futuro, que vai promover o hábito da leitura e a prática da escrita em crianças e adolescentes das escolas do governo. Durante todo o ano letivo de 2009, cerca de 200 escolas vão usar o jornal em sala de aula como ferramenta didática. Assim, quase 145 mil alunos de 5ª a 8ª série serão incentivados a ler todos os dias. O diretor-presidente do Correio Braziliense, Álvaro Teixeira da Costa, e o governador José Roberto Arruda assinaram ontem um termo de cooperação técnica, em cerimônia prestigiada por cerca de 400 professores no Museu Honestino Guimarães, no Complexo Cultural da República. ;Pela primeira vez em Brasília, uma empresa privada e o governo se unem de maneira tão inteligente e eficaz. Vamos movimentar essa cidade para incentivar a melhoria da educação do ensino básico. Essa cidade colherá os frutos;, declarou Álvaro Teixeira da Costa. ;Uma pessoa que sabe ler e escrever bem é equilibrada porque transmite suas angústias, esperanças e sonhos;, disse Arruda. ;Ter gosto pela leitura é fundamental para a evolução das crianças e dos jovens;, destacou o governador. ;Estamos em primeiro lugar nas séries iniciais do ensino fundamental e em terceiro nas séries finais, o que não tem sentido;, alegou o secretário de Educação do DF, José Luiz Valente. ;A gente precisa melhorar o vocabulário dos alunos. E isso só é possível se ele ler coisa que preste;, ressaltou. Além de usar os jornais em sala de aula, os alunos serão provocados a escreverem sobre os temas que lerem. No segundo semestre, o Correio vai lançar um concurso de redação que vai premiar mil pessoas, entre professores e estudantes. A disputa será encerrada em dezembro e os vencedores vão ganhar viagens, cursos de idiomas, notebooks, aparelhos celulares, bicicletas, entre outros. As redações premiadas também serão publicadas nas páginas do Correio. Aprovação dos professores Os professores acreditam que o projeto vai deixar a sala de aula menos monótona e incentivar a criatividade dos alunos. ;O contato direto com o jornal é importante. O leque de aprendizado é enorme. Cada aluno pode ir direto no caderno que preferir e vai se interessar pela leitura de assuntos variados. Essa geração é digital e ter o material em mãos é fantástico;, avaliou Marlene Barreto dos Santos, 47 anos, chefe do Núcleo de Monitoramento Pedagógico da Regional de Ensino do Paranoá, que tem cerca de 6 mil estudantes matriculados entre a 5ª e a 8ª série. ;Esse projeto veio na hora certa. Temos um aparato bom de programas para as séries iniciais, mas os anos finais precisam de um olhar diferenciado.; A professora de história Leila Pavanelli, hoje diretora da Regional de Ensino do Plano Piloto, ensinou para todos os alunos, em 2004, a história do Golpe Militar de 1964 a partir de uma série de reportagens publicadas pelo Correio, 40 anos após o acontecimento histórico. ;Quando o assunto sai no jornal, o aluno tem mais interesse porque vê que ele é relevante e atual;, explicou. Leila contou que muitos dos 12 mil estudantes matriculados entre a 5ª e 8ª série nas escolas do Plano já trabalham com o jornal em sala, por iniciativas dos professores. ;Com o projeto, isso fica sistematizado. Espero que os alunos compartilhem o conhecimento que terão com as famílias.; Irisneide Moura da Frota, 58 anos, é testemunha de como a publicação dos trabalhos das crianças e adolescentes é transformadora. Ela é diretora do Centro de Ensino Médio Júlia Kubitschek, na Candangolândia. O caso de um dos alunos da instituição foi mostrado pelo Correio em fevereiro. Paulo Roberto Barbosa Júnior, 17, criou a história em quadrinhos Chapeuzinho Vermelho ; A verdade, desenhada à mão com lápis e caneta, e encantou colegas, professores e até o governador Arruda. ;Ter o trabalho publicado incentiva a criança. Elas passam a acreditar que todos podem ter oportunidades a partir de suas capacidades;, afirmou a diretora da escola.
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