postado em 20/03/2009 09:10
Os integrantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Distrito Federal e Entorno (Fetraf) desocuparam, na manhã desta sexta-feira (20/3), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os manifestantes estão agora nas imediações do prédio, no Setor Bancário Norte (SBN), em Brasília, aguardando o fim das negociações.
Cerca de 400 integrantes da Fetraf , que estavam acampados em frente ao prédio desde domingo, resolveram tomar a sede do Incra sob a alegação de que o governo não queria atender a pauta de reivindicação do movimento. Os manifestantes entraram pela garagem do prédio e ocuparam o térreo do edifício de 27 andares.
O clima ficou tenso durante todo o tempo e, por volta das 22h, eles prometeram deixar o local nesta sexta,a partir das 6h. A retirada terminou por volta das 7h30. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, não houve depredação. A limpeza já foi concluída e todos os setores estão funcionando normalmente.
Além do Incra, no edifício funcionam a Advocacia-Geral da União (AGU), alguns departamentos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), como a Superintendência Federal da Agricultura (SFA). No local também há dois postos de atendimento a clientes de bancos.
O presidente do Incra, Rolf Hackbart, classificou a ocupação de ;traição;. Segundo ele, o órgão vinha negociando com a entidade há uma semana a pauta de reivindicações, e eles romperam o diálogo com a invasão. Em entrevista coletiva ontem, Hackbart disse que quase 90% das reivindicações são reconhecidas pelo Incra e serão atendidas. (Colaborou Ary Filgueira)
Principais reivindicações
# Os produtores rurais exigem a liberação de recursos, incluindo para o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf);
# Pedem, ainda a liberação de R$ 1,3 milhão para o intercâmbio cultural da juventude rural na Amazônia;
# A destinação de R$ 3 milhões para obras de abastecimento de água nos assentamentos é outra reivindicação;
# Eles querem, ainda, assistência técnica e jurídica para 2,7 mil famílias;
# Fortalecimento do Projeto Frango de Corte da Juventude Rural, no valor de R$ 800 milhões, é outro ponto que consta na pauta de reivindicações dos produtores.