postado em 22/03/2009 07:00
Por volta das 15h de sábado, policiais militares do 18º batalhão no Recanto das Emas prenderam o mecânico Lindolfo Patrício de Oliveira Neto, 43 anos, acusado de abusar sexualmente de quatro crianças da vizinhança. A denúncia foi feita pela doméstica M. C. S., 32, mãe de duas meninas, uma de quatro e outra de seis anos que alugava há três semanas uma casa de propriedade do mecânico localizada dentro do mesmo lote onde ele vivia na cidade.
A doméstica afirma ter saído para fazer compras e ter deixado as duas filhas, mais um menino de 10 anos e uma menina de 6, filhas do vizinho, para que fossem cuidados pelo mecânico. Ao voltar para casa, porém, ela ouviu o relato das crianças dando conta de um suposto caso de abuso sexual cometido pelo locatário.
"Ele vivia dando doces e moedas para os meninos. Como nós não temos TV, eles iam até a casa dele para assistir desenhos animados", relatou a mãe. Na presença da reportagem do Correio, a mãe perguntou a uma das garotas se ela já viu algum material pornográfico na casa do mecânico. A menina disse já tê-lo presenciado assistindo filmes de gente pelada, mas na ocasião, abandonou o local imediatamente. A polícia, porém, não encontrou nenhum material de teor sexual dentro na residência.
"Nos depoimentos, as crianças disseram que ele beijou libidinosamente o pescoço e as costas das três meninas. Ele teria tocado a genitália da mais nova delas e não fez nada ao menino", disse o delegado de plantão da 27ª Delegacia de Polícia Civil, Daniel Emiliano.
Os quatro foram submetidos ao exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), mas nada pôde ser comprovado. "Segundo o laudo realmente não houve penetração. Neste caso, o crime é considerado atentado violento ao pudor. A pena é de quatro a 10 anos, o mesmo período de um crime de estupro. Como foram três vítimas, a pena deve ser triplicada", explicou o delegado. Segundo ele, não existe razão para acreditar que o acusado tenha tentado aliciar menores em outras ocasiões.
O mecânico defendeu-se dizendo não ter tido qualquer contato com as crianças no sábado. "Eu saí para trabalhar pela manhã, voltei, almocei e estava dormindo quando os policiais entraram na minha casa", disse. Ele negou que já tenha oferecido doces ou moedas aos menores, mas admitiu que era comum que elas assistissem desenhos animados no seu aparelho de TV. "Está errado isso daí. Eu quero entender o porquê dela me acusar de ter feito algo tão grave", respondeu Oliveira. O locatário disse nunca ter tido discussões de nenhuma natureza com seus inquilinos.