Cidades

Greve da Polícia Civil goiana é declarada ilegal

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postado em 24/03/2009 12:45
A Justiça de Goiás declarou ilegal a greve dos policiais civis, segundo a secretaria de Segurança Pública do estado. A assessoria de imprensa do órgão informou nesta terça-feira (24/3) que, assim que forem notificados, os grevistas devem retornar ao trabalho sob pena de terem os pontos cortados. A paralisação foi iniciada na segunda-feria (23/3) e deixa sem atendimento a população do Entorno de Brasília. O Sindicato dos Policiais de Goiás (Sinpol-GO) ainda não recebeu nenhuma notificação, de acordo com o vice-presidente da entidade, João Antonelli. A categoria pode recorrer da decisão. Em assembléia realizada na manhã desta terça-feira no pátio do complexo de delegacias especializadas, em Goiânia, os policiais decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam a recuperação de perdas salariais de 47% e 3 mil contratações. A categoria resolveu cruzar os braços após várias tentativas de negociação. ;Já são quatro anos sem correção. Com este ano, serão cinco. Temos direito por lei a receber reajuste anual na data-base e o governo tem se recusado a aplicá-lo;, reclamou o presidente do Sinpol-GO, Silveira Alves de Moura. Para os dirigentes sindicais, não há por que o movimento ser considerado ilegal. "A greve foi comunicada com antecedência e estamos mantendo 30% do efetivo trabalhando, como manda a lei", justifica Antonelli. Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás rebateu o pedido de reajuste. A informação do órgão é que o salário recebido hoje pelos policiais, no valor de R$ 2.711, está entre os cinco melhores do país. No segundo dia da greve, quem procurou as delegacias de Águas Lindas, Cidade Ocidental, Formosa, Luziânia, Valparaíso e Planaltina de Goiás para fazer boletim de ocorrência perdeu tempo. Enquanto durar a paralisação, apenas crimes hediondos, como homicídios, estupros, atentados violentos ao pudor e flagrantes serão registrados nas unidades. Falta de estrutura Além do problema de reposição salarial, agentes do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Novo Gama e Valparaíso, que não quiseram ser identificados, reclamam ainda da falta de estrutura. Um deles conta que o carro utilizado na unidade é alugado e não tem nenhuma adaptação para o trabalho policial. "Não temos rádio de comunicação, grade de segurança para transportar os detidos e nem giroflex (luz que fica sobre os carros de polícia)", explica. O presidente do Sinpol fala ainda da falta de efetivo nas delegacias. De acordo com ele, há uma defasagem de três mil policiais, entre agentes, delegados e escrivães. "Com isso, agentes e escrivães estão fazendo o trabalho do delegado, o que torna nulo autos de prisão", denuncia. Aguarde mais informações

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