Cidades

Continua a greve dos policiais civis de Goiás

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postado em 24/03/2009 19:00
Os policiais civil de Goiás continuam com a greve. As atividades foram paralisadas na segunda-feira e deixaram sem atendimento todas as delegacias do Entorno do Distrito Federal. Só ocorrências de estupro e homicídios estão sendo registradas, e só em casos de flagrantes. Para as outras ocorrências, ir à delegacia é perda de tempo. Na tarde desta terça, a Justiça de Goiás declarou ilegal a greve dos policiais civis. Mas segundo o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO), João Antonelli, o sindicato ainda não recebeu a notificação de ilegalidade da lei e a greve continua por tempo indeterminado. A greve foi declarada ilegal pela juíza Suelenita Soares Correia, da 2ª Vara da Fazenda Estadual de Goiás. A decisão foi dada por antecipação de tutela na sexta-feira. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, a juíza acatou a justificativa que o estado já tem um concurso público em andamento para a contratação de 120 delegados, 300 agentes e 200 escrivãos, além de manter o pagamento em dia e de já estar providenciando a melhora na infraestrutura das delegacias. Para os dirigentes sindicais, não há por que o movimento ser considerado ilegal. "A greve foi comunicada com antecedência e estamos mantendo 30% do efetivo trabalhando, como manda a lei", justifica Antonelli. Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás rebateu o pedido de reajuste. A informação do órgão é que o salário recebido hoje pelos policiais, no valor de R$ 2.711, está entre os cinco melhores do país. O secretário de Segurança de Goiás, Ernesto Roller, informou que se o reajuste pedido fosse dado o estado descumpriria a Lei de Responsabilidade Fiscal. No segundo dia da greve, quem procurou as delegacias de Águas Lindas, Cidade Ocidental, Formosa, Luziânia, Valparaíso e Planaltina de Goiás para fazer boletim de ocorrência perdeu tempo. Enquanto durar a paralisação, apenas crimes hediondos, como homicídios, estupros, atentados violentos ao pudor e flagrantes serão registrados nas unidades. Falta de estrutura Além do problema de reposição salarial, agentes do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Novo Gama e Valparaíso, que não quiseram ser identificados, reclamam ainda da falta de estrutura. Um deles conta que o carro utilizado na unidade é alugado e não tem nenhuma adaptação para o trabalho policial. "Não temos rádio de comunicação, grade de segurança para transportar os detidos e nem giroflex (luz que fica sobre os carros de polícia)", explica. O presidente do Sinpol fala ainda da falta de efetivo nas delegacias. De acordo com ele, há uma defasagem de três mil policiais, entre agentes, delegados e escrivãos. "Com isso, agentes e escrivãos estão fazendo o trabalho do delegado, o que torna nulo autos de prisão", denuncia.

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