Cidades

Codhab divulga lista dos 500 primeiros contemplados com lotes em Samambaia

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postado em 12/04/2009 08:43
Depois de 10 anos de espera, a manicure Cícera Elane Pereira Roque, 34, ficou sabendo em março que logo poderia receber um lote para construir sua casa. A partir daí, de 15 em 15 dias, batia na porta da Secretaria de Habitação para saber como andava a papelada. Era o fim do aperto de dividir a mesma casa com mais 10 parentes, por falta de condições para ter a moradia própria. Ela fará parte do grupo das primeiras 500 pessoas da lista limpa da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) a receber um terreno neste governo. ;Fiquei até emocionada demais quando soube que meus papéis tinham sido aprovados. Eu esperei muito por esse momento;, contou Cícera. Casada com Orlandino Ferreira Roque, e mãe de Pedro Lucas, 16, Thaís, 12, e Gabriela, de 2, Cícera nunca conseguiu sair da casa dos pais. Ela nasceu, cresceu, casou-se e cria os três filhos lá, na Quadra 34 do Guará II, onde vivem 11 pessoas ao todo. ;São quatro quartos, sala, cozinha e banheiro. É apertado. Mas é como coração de mãe;, disse, sorrindo. O desejo de Cícera é receber o lote e construir o mais rápido possível. Mas a renda dela e do marido é pequena. ;Se der para construir rápido é o que queremos. Mas a situação é difícil. O mais importante nós temos, que é o lote;, comemorou. O chefe de cozinha Edson Celestino de Oliveira Júnior, 38, mora de aluguel no Recanto das Emas e também está na lista da Codhab. Procurado pelo Correio para falar sobre o fim da espera pelo lote, ele atendeu o telefone desconfiado. ;Em Brasília, sempre teve essa farra do lote. Nunca gostei de bater na porta de político para pedir nada. Sempre achei que esse lote viria honestamente. E ele veio;, orgulhou-se. Edson chegou a duvidar. ;Só vou acreditar quando receber o documento;, disse ele, que é pai de quatro filhos. O Correio publica hoje, com exclusividade, a lista dos 500 contemplados. Depois de um recadastramento, a Secretaria de Habitação atualizou a lista e começa agora, depois de passar pela etapa da habilitação de documentos, a fazer a entrega efetiva dos lotes, em Samambaia. Escrituras O governo também quer agilizar a entrega de escrituras. Regularizar a situação de quem já mora há muitos anos em lotes em áreas do governo, mas que ainda não têm o documento definitivo. Chegará à Câmara Legislativa amanhã projeto de lei do Executivo, uma proposta de emenda à Lei Orgânica, para reduzir o prazo de entrega destes documentos. A medida vai permitir a entrega de 38 mil escrituras ainda nesta gestão. A atual legislação prevê um período de 10 anos entre a entrega de Termo de Concessão de Uso (TCU) da moradia e o recebimento da escritura definitiva. A proposta da Secretaria de Habitação é permitir a emissão imediata do documento, nos casos em que a situação estiver regularizada. O texto será enviado com pedido de urgência para ser votado ainda na próxima quarta-feira. ;Não faz mais sentido esperar todo esse tempo. É preciso dar segurança aos que recebem o lote, de que aquilo realmente agora passa a ser deles;, explica o secretário de Habitação, Paulo Roriz. Casa Civil A programação da semana na área habitacional será intensa (veja quadro). A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, se reúne amanhã, às 17h, no Palácio do Planalto com o secretário Paulo Roriz, e o presidente da Terracap, Antônio Gomes, para tratar do programa nacional de habitação Minha Casa, Minha Vida. A reunião foi marcada pelo governador José Roberto Arruda e o presidente Lula. O GDF vai expor os projetos locais que poderão aderir ao plano do governo federal. O principal deles é o Setor Mangueiral (em São Sebastião), que vai oferecer 8 mil moradias. ;O DF poderá ser a primeira unidade da Federação a ser beneficiado pelo plano, a realmente aplicar as medidas de incentivo. Poderemos atender até 15 mil famílias;, explica Paulo Roriz. O governo tem áreas disponíveis também no Riacho Fundo II e Santa Maria. Uma das dificuldades do GDF é conseguir enquadrar pessoas que ganham somente até três salários mínimos nos projetos habitacionais. ;Sem subsídios, essas pessoas não têm condições de construir a casa. O governo federal e o GDF podem se unir de forma eficiente nessa questão. Eles com os financiamentos da Caixa e nós com as áreas;, defende o secretário. Paulo Roriz explica que este governo quer mudar o conceito de política habitacional. ;Não dá mais para ficar dando lote. O caminho é construir unidades residenciais de apartamentos e subsidiar a compra deles. Assim, conseguiremos atender mais pessoas;, explica. Hoje, existem cerca de 85 mil pessoas inscritas na lista da Codhab.

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