Cidades

GDF terá encontro com o professores à tarde. Categoria faz assembleia pela manhã

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postado em 15/04/2009 08:10 / atualizado em 21/09/2020 14:34

A rodada de conversas entre o governo e os professores da rede pública do Distrito Federal vai continuar hoje em uma reunião entre dirigentes sindicais e o governador José Roberto Arruda. A greve, entretanto, não deve acabar ainda porque o encontro ocorrerá às 14h, após a assembleia na qual a categoria promete manter a paralisação, que perdeu apoio de profissionais em comparação com o primeiro dia (13 de abril). A decisão de marcar novo encontro com o Sindicato dos Professores (Sinpro) foi tomada ontem no início da noite pelo governador José Roberto Arruda. Ele esteve reunido por mais de três horas com representantes da Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF), deputados distritais e federais da bancada do DF, integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e até o reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Sousa Junior. Todos pediram ao GDF a volta das negociações. Para a presidente da CUT-DF, Rejane Pitanga, o encontro, que durou três horas, foi proveitoso. ;A situação é promissora, porque o governo pelo menos reconheceu que a cobrança dos professores é justa;, afirmou Rejane. O secretário de Educação do DF, José Luiz Valente, participou do encontro e disse que o começo de uma solução pode estar próximo. ;Vamos procurar o Sinpro para marcar uma reunião para o período da tarde. A partir daí, surgirá uma nova rodada de negociações e entendimentos;, disse. Segundo o secretário, não há uma proposta pronta por parte do governo, mas ;uma forte disposição de todos de encontrar um caminho;. Ontem à noite, o presidente do sindicato, Antônio Lisboa, confirmou que a reunião começará hoje às 14h, na Secretaria de Planejamento do DF. O balanço da Secretaria de Educação indicou uma menor adesão à greve no segundo dia. Na segunda-feira, 54 das 622 escolas pararam totalmente. Ontem esse número caiu para 15. Já o número de professores faltosos diminuiu de 5.844 (21% dos 28 mil) para 5.331 (19%). A quantidade de escolas com paralisação parcial (um ou mais professores), porém, sofreu leve aumento. Na segunda-feira, foram 362 (58,2% do total de 622). Ontem pela manhã, 380 (61,9%) unidades haviam parado parcialmente. À tarde, 369 (59,32%). Mesmo quando a adesão é mais baixa, a paralisação continua mexendo com a rotina dos colégios. Na Escola Classe Córrego do Arrozal, um pequeno e bem cuidado prédio no meio do núcleo rural de mesmo nome, na região de Sobradinho, apenas uma professora aderiu à paralisação. São sete ao todo, mas a falta obriga 17 crianças de 5 anos a ficarem em casa. ;Eles foram avisados e não compareceram;, conta a diretora, Anemaura da Costa. Os outros 128 estudantes da educação infantil até a 4ª série estão estudando normalmente. No Centro de Ensino Fundamental (CEF) 3, no Paranoá, os 1,2 mil alunos têm algumas aulas. ;Ontem (segunda) seriam seis aulas, mas tive três;, conta Letícia Daniele Rocha, 14. A diretora, Mirian de Oliveira Maciel, admite que a situação não é fácil. ;De manhã não vieram 15 dos 20 professores;, informa. Ao lado do CEF 3, na Escola Classe 1, um cartaz no portão avisava quais turmas estão sem aulas devido à greve. ;E alguns professores estiveram lá fora pela manhã e falaram com os pais;, conta a diretora Maria Aparecida Rodrigues. Dos 18 docentes que deveriam ter trabalhado ontem à tarde na instituição de 1.070 alunos, só quatro apareceram, todos com contratos temporários. Corte de ponto Em outra reunião realizada ontem, o Ministério Público do Trabalho (MPT) tentou uma conciliação entre grevistas e governo. ;A lei de greve proíbe o patrão de convocar substitutos para o lugar dos grevistas. A ameaça de corte de ponto também é ilegal, porque a greve foi considerada legítima pela Justiça e o assunto só deve ser tratado no fim do movimento;, afirma o procurador do trabalho Adélio Justino Lucas. O secretário Valente diz que age conforme a assessoria jurídica do GDF. Valente não compareceu ao encontro, no qual o DF foi representado pelo procurador-geral, Osdymar Matos. Ele não ofereceu nova proposta à reivindicação de 15,31% de aumento por parte dos docentes. ;A tendência é que a greve seja confirmada na assembleia porque não tivemos nenhuma proposta concreta do governo até agora;, disse Washington Dourado, diretor sindical. A assembleia está marcada para as 9h30, no estacionamento do Centro Administrativo do GDF, em Taguatinga. Outra reunião com o MPT deve ocorrer amanhã, às 14h30. » Áudio: ouça trechos da entrevista com o secretário de Educação, José Luiz Valente

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