postado em 16/04/2009 11:35
Quem usa o metrô em horários de pico convive constantemente com o empurra-empurra, a falta de assentos, a demora entre os trens e o calor. Apesar dos protestos dos usuários, a diretoria da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal afirma que a superlotação é uma característica do meio de transporte. Por mais que o número de trens seja ampliado ; previsto pelo Governo do Distrito Federal para 2010 -, a situação deve se manter ou até piorar. Já que até o fim deste ano, novas estações devem ser inauguradas. A expectativa é que a quantidade de passageiros pule dos atuais 160 mil ao dia, para 320 mil, podendo chegar a 350 mil usuários diariamente. Mais que o dobro.
A geógrafa Christiany Marques Reino mora em Águas Claras e utiliza o serviço, de segunda a sexta-feira, para ir ao trabalho, no Plano Piloto. Ela descreve a experiência de andar de metrô todos os dias como desgastante. ;Os trens estão completamente lotados. A passagem aumentou para R$ 3 e o serviço continua péssimo. Como se não bastasse a superlotação, os ventiladores dos trens vivem quebrados;.
Christiany, no entanto, não é a única que está insatisfeita com o serviço. Mirla Muriel Martins, 23 anos, mora em Taguatinga e usa o metrô todos os dias ; sai da estação Metropolitana para a Galeria dos Estados. ;Não tem lugar para sentar, é apertado. Mas pelo menos os funcionários estão sempre atentos a qualquer tipo de tumulto;.
O metrô confirma que, nos horários de pico, os trens andam com a capacidade máxima - cada um suporta transportar 1.356 pessoas. Apesar disso, o diretor de operações da empresa, José Dimas Machado, acredita que superlotação não faz parte da realidade de Brasília.
;Hoje transportamos, por metro quadrado, muito menos passageiros que os metrôs de qualquer outro lugar do mundo;. Para Machado, a população vai reclamar sempre. ;Em horários de pico o transporte é sempre mais cheio. Infelizmente não vamos resolver isso nunca;.
A última pesquisa de opinião realizada pela Companhia do Metropolitano, em março de 2008, aponta que a maioria dos entrevistados está insatisfeita quanto à lotação dos trens. De 390 entrevistados, 144 estão satisfeitos e 232 não.
Frota
O metrô tem, hoje, 20 trens em circulação. A partir de outubro do próximo ano, a frota contará com 12 novos trens. O diretor de operações afirma que, apesar disso, o problema da superlotação não será resolvido. ;Quando eu colocar mais trens vou trazer mais passageiros;. Espera-se que a quantidade de usuários aumente em, pelo menos, 100% - deve passar dos atuais 160 mil para 320 mil.
O processo de licitação para a compra dos novos trens já foi concluído. ;Estamos aguardando o desenrolar de questões burocráticas externas;. Machado destaca que o contrato deve ser assinado até o próximo mês. Apesar disso, os vagões só chegarão no fim do próximo ano. ;Após assinar o contrato, a empresa pede de 15 a 16 meses para entregar os trens. Não é pronta entrega;.
Expansão
O número de usuários do metrô deve aumentar ainda mais nos próximo meses. A inauguração das estações da 102 e 112 Sul devem acontecer até começo de maio, de acordo com Machado. Além disso, até o fim do ano a estação do Guará também deve ficar pronta.
;Com certeza a quantidade de passageiros vai aumentar. As pessoas que moram perto das novas estações vão começar a usar o serviço;. Além dessas que já estão programadas, o metrô pretende iniciar outras obras de expansão. ;Ainda vamos fazer o processo licitatório para fazer mais uma estação no Plano Piloto, duas em Samambaia e duas em Ceilândia;.
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