postado em 16/04/2009 16:31
;A Casa de Parto nunca fechou;. É o que afirma a Secretaria de Saúde do DF (SES/DF). O discurso foi reforçado pela coordenadora da Casa, a enfermeira Gerusa Amaral de Medeiros. Moradores da cidade, no entanto, reclamam da falta de atendimento e fazem um abaixo-assinado, desde a semana passada, para tentar melhorar o serviço da unidade.
São Sebastião tem cerca de 70 mil habitantes e não tem hospital. O local mais próximo onde as gestantes podem contar com um auxílio hospitalar é a Casa de Parto, que realizava em média 60 partos por mês.
Os médicos que atendiam na Unidade Mista do Posto de Saúde da cidade foram transferidos para outros hospitais do Distrito Federal. Segundo o governo, apesar da capacidade para a realização dos 60 partos mensais, desde 2002, o número de atendimentos era inferior.
;A mão-de-obra desses médicos é melhor aproveitada onde há maior necessidade, como é o caso do Hospital Regional da Asa Norte (Hras) e de Sobradinho (HRS);, diz a Gerusa.
Para o autor da Lei 3.090/02, que fala sobre o ;parto solidário;, deputado distrital Wilson Lima, a solução poderia ser outra. ;Se o argumento é falta de demanda, e se há quatro médicos, por exemplo, que deixe dois para atender as mulheres;, defende o parlamentar.
Ele foi procurado por membros da comunidade, que solicitaram ao governador José Roberto Arruda que o atendimento às parturientes da cidade seja retomado o mais rápido possível.
A falta de demanda também não convenceu os mais de mil moradores que já assinaram o abaixo-assinado. O documento deve ser entregue na próxima semana ao governador Arruda e ao secretário de Saúde, Augusto Carvalho.
De acordo com Gerusa Medeiros, uma reunião já foi feita com representantes da comunidade e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para mostrar aos moradores que os serviços estão normais no local. ;A população de São Sebastião pode ficar tranqüila, pois quem chegar aqui será atendido;, fala convicta a enfermeira.
Ela lembra que as parturientes acolhidas na Casa de Parto, que lida com partos de baixo risco, devem estar dentro de critérios como ter feito o pré-natal durante a gestação, não ser gravidez de gêmeos e não ter feito parto cesariano anteriormente.
;A Casa tem um atendimento diferenciado, com foco em mulheres que queiram o parto normal e que estejam dentro dos critérios exigidos para um parto seguro para a mãe e para o bebê;.
A unidade está sem médicos para realização dos partos. De acordo com a Secretaria de Saúde e com a coordenadora do local, existem médicos clínicos 24h e também enfermeiras obstetras que estão aptas para auxiliar a mãe no parto e tomar as medidas necessárias.
Lei do Parto Solidário
A Lei nº 3.090/02 instituiu no Distrito Federal a modalidade de parto solidário, com o objetivo de assegurar melhor assistência às parturientes, e concede gratuidade no Sistema de Transporte Publico Coletivo, no Sistema de Transporte Alternativo e na Companhia do Metropolitano do DF para as gestantes a partir do sétimo mês de gravidez. Garante ainda a parturiente o direito a receber um atendimento personalizado e dispor de um acompanhante durante todo o trabalho de parto.
Funcionamento da Casa de Parto
Para ter acesso ao serviço, é preciso que a gestante tenha feito o pré-natal corretamente e que não apresente qualquer sintoma de risco. Todo o trabalho de parto normal é acompanhado por uma equipe treinada, composta de enfermeiros obstétricos e auxiliares de enfermagem.
Ao chegar à unidade, a gestante deve portar o cartão de acompanhamento pré-natal, no qual estão inseridos os dados necessários ao seu atendimento.