postado em 28/04/2009 08:27
Uma nova área habitacional destinada à classe média brasiliense será criada até o fim deste ano. A região de 223 hectares tem localização nobre, com vista para o Lago Paranoá e próxima ao Lago Norte. O futuro Setor Taquari 2 terá 1,3 mil lotes residenciais e 19 projeções comerciais, com capacidade para até 6 mil moradores. A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) vai acelerar a elaboração dos projetos de implantação do novo setor para evitar invasões. A área é alvo constante de grileiros e as demolições de obras irregulares são frequentes. Criminosos derrubaram parte dos piquetes e placas colocados recentemente.
A região fica às margens da DF-001, conhecida como Estrada Parque Contorno, e se estende até o Setor de Mansões do Lago Norte. A entrada para o terreno fica próxima ao Balão do Colorado, logo depois do Centro Integrado de Guerra Eletrônica do Exército. O futuro bairro é a continuação do Setor Taquari, que hoje tem 1,5 mil moradores. De acordo com a Terracap, ele será diferenciado. ;Vamos fazer um bairro verde, ecologicamente correto como o Setor Noroeste. A infraestrutura será construída de forma a minimizar o impacto ambiental;, destaca o presidente da Terracap, Antônio Gomes.
A área do Taquari 2 já era prevista como zona urbana antes mesmo da aprovação do novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). ;Mas o Pdot é importante porque traz os índices de densidade populacional. O Setor Taquari 2 está dentro de uma zona urbana de uso controlado, cujos parâmetros de ocupação se assemelham aos dos lagos Sul e Norte;, explica o diretor Técnico da Terracap, Luís Antônio Reis. Hoje, um lote no Setor Taquari pode alcançar R$ 200 mil. A expectativa é que os preços iniciais dos imóveis no novo bairro fiquem em torno desse valor.
Atualmente, as marcas de tentativa de grilagem estão em toda a área do Setor Taquari 2. Há pistas abertas em meio ao cerrado e os piquetes com a logomarca do GDF foram derrubados por um trator. ;Nós colocamos placas indicando que a propriedade da área é da Terracap, mas elas são derrubadas constantemente. Nossa ideia é aprovar os projetos e licitar os lotes o quanto antes;, explica Reis. Depois de elaborar os levantamentos técnicos da área, o GDF vai enviar o pedido de licenciamento ambiental ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Chácaras
Próximo ao futuro bairro, há chacareiros que ocupam terrenos rurais há décadas. O governo garante que manterá os produtores onde estão e que os lotes serão regularizados. A construção do Setor Taquari 2 não vai afetar as chácaras. ;Esperamos pela regularização e lutamos pela posse dos terrenos há muitos anos. Nossa expectativa é conseguir a documentação de concessão do direito de uso;, afirma o funcionário público Paulo Afonso de Carvalho Lopes, 49 anos, que mora em uma chácara da região há 18 anos.
O governo promete entregar o Setor Taquari 2 com todas as benfeitorias prontas, como asfalto, redes de água e esgoto e iluminação. Essa é uma grande preocupação de moradores de regiões próximas. Isso porque os lotes do Taquari foram vendidos sem a consolidação da infraestrutura pública. Até hoje, a comunidade local reclama da falta de urbanização. ;O governo deveria acabar a infraestrutura daqui antes de licitar um novo setor. Precisamos de obras, melhorias no trânsito, mais segurança e calçadas;, destaca o integrante do Conselho Comunitário do Taquari, José Gadelha.
O advogado João Jacques Montandon também mora no Taquari e destaca que o futuro bairro vizinho pode ser importante para valorizar toda a região: ;Ninguém se opõe ao projeto, desde que tudo seja feito da maneira correta. Os lotes do Taquari foram licitados em 2002 sem que o governo realizasse antes a infraestrutura. Esperamos que isso não se repita agora;.
A maior licitação de 2009
A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) realiza, na próxima quinta-feira, a maior licitação de lotes do ano. Serão colocados à venda 240 terrenos em 16 cidades do DF. O maior destaque da concorrência pública são os 59 imóveis localizados em Samambaia. O mercado imobiliário da região é um dos mais aquecidos atualmente. Os interessados têm de depositar a caução, equivalente a 5% do preço do terreno, até amanhã, no Banco de Brasília (BRB).
O lote mais caro é um terreno na QI 29 do Guará, cujo preço mínimo é R$ 8,6 milhões. No Setor Taquari, um terreno destinado à construção de um centro comercial está orçado em R$ 6,2 milhões. Em Samambaia, os valores variam de R$ 41 mil a R$ 1,9 milhão. Já em Sobradinho, a Terracap vai vender 17 áreas de 350 metros quadrados, destinadas a casas. Cada uma delas tem preço mínimo de R$ 132 mil e todas ficam no Conjunto D da Quadra 11.
O diretor comercial da Terracap, Dalmo Alexandre Costa, conta que a expectativa da empresa é que a concorrência pública seja movimentada. ;A fase pior da crise econômica já passou e, agora, deve haver uma procura maior por imóveis na licitação. A oferta é bem diversificada, com lotes em várias cidades do Distrito Federal;, enfatiza Costa.
Uma das maiores disputas da licitação deve ficar em torno dos 52 lotes no Setor Jardim Botânico 3, próximo aos condomínios da Esaf. Os preços variam entre R$ 174,7 mil, para um terreno de 749 metros quadrados, e R$ 292 mil, caso de um lote de 1,4 mil metros quadrados. A valorização da região não para. Na primeira licitação, lançada no fim do ano passado, os terrenos custavam um mínimo de R$ 150 mil.
Alguns itens incluídos no edital acabaram retirados da licitação. Inicialmente, a Terracap pretendia vender 16 lotes comerciais no Cruzeiro. ;Mas a comunidade da região nos pediu para retirarmos os itens da licitação para que seja feita uma revisão no projeto. Vamos discutir isso com a população;, explica o diretor Comercial da Terracap.
TERRA À VENDA
Lotes incluídos na concorrência de 30 de abril:
59 terrenos em Samambaia
52 terrenos no Setor Jardim Botânico 3
15 imóveis para prédios no Guará
98 terrenos em Águas Claras, Santa Maria, Sobradinho, Brasília, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Taguatinga, Ceilândia, Santa Maria e Taquari.
RESULTADO DAS ÚLTIMAS LICITAÇÕES DA TERRACAP:
- Janeiro:
95 lotes vendidos e R$ 546 milhões arrecadados
- Fevereiro:
68 lotes vendidos e R$ 15,9 milhões arrecadados
- Março:
92 lotes vendidos e R$ 167 milhões arrecadados