Cidades

Crescimento do DF será direcionado para áreas tomadas por condomínios

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postado em 02/05/2009 08:00
Nos próximos anos, o crescimento urbano do Distrito Federal será direcionado para o sul do território. Mais especificamente para uma região já tomada por condomínios irregulares, mas que ainda guarda extensos terrenos planos e vazios. A área às margens da DF-140, entre o Jardim Botânico e Santa Maria, começa a se tornar o novo alvo do mercado imobiliário. O Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) ; sancionado no último sábado ; transformou a região inteira em zona urbana. Com isso, os condomínios já existentes poderão ser regularizados e as áreas vagas darão lugar a parcelamentos de luxo. A região é privilegiada do ponto de vista da proximidade com a natureza. A poucos quilômetros, está a Cachoeira do Tororó, uma queda d;água de 25m. Apesar de ficar um pouco distante do centro da cidade ; a quase 30km da Esplanada dos Ministérios ; a área da DF-140 começa a ser procurada por brasilienses de classe média que querem fugir dos problemas típicos de grandes metrópoles que atingem a capital federal, como o trânsito complicado e a falta de segurança. Grandes empresas do DF e de outros estados têm terrenos na região e já apresentaram ao governo projetos de parcelamento urbano para ocupar a área. Entre as construtoras locais, a JC Gontijo lançou, em parceria com uma empreiteira de Minas Gerais, o Condomínio Santa Mônica ; um dos únicos já regularizados da região. Outra gigante que vai investir é a Alphaville Urbanismo, empresa paulista consagrada pela construção de parcelamentos fechados e de luxo. A empreendedora tem um extenso lote às margens da DF-140 e já encaminhou o projeto de ocupação ao GDF. Os processos estão sendo analisados por técnicos do governo e todos os empreendimentos têm perfil semelhante: são voltados às classes média e alta, oferecem casas de luxo em terrenos amplos e muito contato com a natureza. Outro destaque que atrai empresas é que as propriedades da região são privadas. Ou seja, não há batalhas judiciais entre particulares e o GDF ou a União. O secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Cássio Taniguchi, confirma a tendência de crescimento urbano em direção à região da DF-140 e explica que, pelo Plano Diretor, a região terá uma ocupação de baixa densidade, com 50 habitantes por hectare. ;A tendência é o Distrito Federal crescer nas direções sul e sudoeste, por isso o Pdot já prevê como será a ocupação daquela área. O governo precisa se antecipar para evitar invasões e promover um crescimento ordenado.; Taniguchi lembra que a proximidade com a rodovia é um importante aspecto de atração, mas destaca que, por ser uma área com alguns pontos sensíveis ambientalmente, a ocupação será feita com critérios rígidos. ;Os estudos ambientais já estão em andamento e posso garantir que o parcelamento urbano não será feito de forma indiscriminada;, afirma o secretário. Além de condomínios residenciais, haverá na região áreas de uso misto, com destinação comercial ou para serviços. Longe do centro Os especialistas apostam em um aquecimento do mercado com o boom imobiliário na região. Luiz Cláudio Nasser, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, acredita que os brasilienses de alta renda estão em busca de mais qualidade de vida, mesmo que isso signifique se afastar um pouco do centro. ;O acesso viário é feito por uma região nobre e passa pelo Lago Sul. Isso valoriza a região. Além disso, o contato com a natureza e a possibilidade de ter mais qualidade de vida agregam valor;, explica Nasser. ;Um empreendimento do porte do Alphaville será outro diferencial para valorizar toda a região;, acrescenta o especialista. Um lote regularizado no Setor Jardim Botânico, por exemplo, não sai por menos de R$ 180 mil. Para o arquiteto e urbanista Luís Antônio Reis, diretor técnico da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), a oferta de novas áreas vai ajudar a regular o mercado e forçar uma queda dos preços dos imóveis. Hoje, o Distrito Federal tem um dos metros quadrados mais caros do país. ;A DF-140 é um vetor de crescimento e a tendência é que corredores como esse sejam ocupados dos dois lados;, explica Reis. Ele destaca que o tamanho da zona urbana do DF não cresceu com o novo Pdot. ;Algumas áreas urbanas que não tinham nenhum vestígio de ocupação, como a região próxima aos terrenos da Marinha (nas cercanias da DF-140), voltaram a ser rurais. Já onde há uma grande pressão, a área foi transformada em urbana;, explica.

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