Cidades

Polícia não tem pistas de fazendeiro desaparecido

Homem de 56 anos não é visto desde 10 de março. Segundo familiares, ele vinha recebendo insistentes ligações anônimas de uma mulher

postado em 06/05/2009 09:23
Desde 10 de março, parentes de um fazendeiro conhecido na cidade de Formosa (GO) sofrem com a falta de notícias dele. José Eduardo Ferreira, 56 anos, saiu na manhã daquela terça-feira para visitar duas lojas de produtos agropecuários em Cabeceiras de Goiás, que fica a aproximadamente 70km dali. Ele retornaria para a fazenda onde mora no mesmo dia. Mas não pisou nem perto de lá, segundo o relato de familiares. O drama teve início quando policiais da Central de Flagrantes de Formosa encontraram o carro da vítima abandonado nas proximidades do Setor Vale do Amanhecer (GO). O Fiat Uno NKB 7172-GO de Eduardo estava com as portas abertas e não havia ninguém dentro. Testemunhas que residem naquele bairro de Formosa afirmam à polícia ter visto dois veículos próximos ao carro do fazendeiro, um deles branco e do modelo VW Fox. Os carros, no entanto, não foram localizados. As informações das testemunhas fizeram com que a Polícia Civil de Formosa chegasse a dois suspeitos de participar do sequestro do fazendeiro e ex-secretário de Agricultura do município de Cabeceiras de Goiás no ano de 2003. João Batista Brandão Amerces, 36 anos, conhecido como João do Vale, em alusão ao bairro onde mora, o Vale do Amanhecer, e América Cristina Gontijo de Sousa, 29, foram presos um dia depois de a Justiça de Formosa decretar a prisão temporária deles, em 24 de março. Os dois estão detidos desde o dia 25 daquele mês no cárcere da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia. O caso seguiu para a Deic porque o departamento é especializado nesse tipo de crime. O delegado responsável pelo caso disse ter provas que incriminam os dois. Mas, por enquanto, nenhum deles confessou o crime. Eles são acusados de sequestro. ;Temos depoimentos de testemunhas que declaram ter visto os dois abordando a vítima;, sustenta o delegado-adjunto da Deic, Douglas Pedrosa. Em 3 de abril, a Justiça de Goiânia acatou o pedido da polícia e expediu a prisão preventiva, que prorrogou a permanência dos presos na cadeia por mais 30 dias. Ligações Apesar da discrição dos familiares, a notícia do desaparecimento de José Eduardo se espalhou rapidamente pela cidade de Formosa. O assunto é comentado em bares, restaurantes, colégios e postos de gasolina. O falatório, no entanto, não serviu para desvendar o sumiço do fazendeiro. Até agora, não se sabe do destino da vítima. ;A gente fica sem esperança de que ele esteja vivo porque faz quase dois meses que ele sumiu e nada de notícias;, lamenta o filho mais velho, José Eduardo Ferreira Júnior, 28. O delegado Douglas Pedrosa trata o caso como um possível homicídio, pois até agora não houve pedido de resgate, o que caracterizaria sequestro. ;Falta apenas encontrar o corpo;, disse o policial. José Eduardo Ferreira Júnior ressaltou algumas ligações anônimas que o pai vinha recebendo de uma mulher desconhecida dias antes de desaparecer. ;Ela insistia em ver meu pai. Teve um dia que ligou 17 vezes para o número dele;, ressalta Júnior. No boletim de ocorrência, o filho caçula, Fernando Henrique Ferreira, 25, disse que soube que o pai esteve no dia do desaparecimento em um bar de Cabeceiras de Goiás bebendo com amigos. Lá, ele teria recebido a ligação dessa mulher e combinou de se encontrar com ela em Formosa. ;A gente não tem mais sossego desde que ele sumiu;, desabafou Júnior.

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