Cidades

Rotina de medo e insegurança faz Secretaria criar grupo para combater a violência

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postado em 07/05/2009 07:54
Com os dados da violência em mãos, a Secretaria de Educação criou uma Assessoria de Políticas de Promoção da Cidadania, composta por 22 técnicos, especialmente para combater a rotina de insegurança nas escolas, propor medidas e administrar as ocorrências no dia a dia. Desde outubro de 2008, quando o governador José Roberto Arruda lançou a Política de Promoção da Cidadania e da Cultura de Paz, o GDF começou a executar um conjunto de ações direcionadas à prevenção e ao enfrentamento da violência escolar. ;Estamos trabalhando para promover uma boa convivência entre os integrantes da comunidade escolar e a cultura de paz;, resume Atílio Mazzoleni, chefe da Assessoria de Promoção da Cidadania. Tais ações incluem, entre outras iniciativas, curso de formação para docentes, o estímulo à criação de grêmios estudantis e dos Conselhos de Segurança Escolar, além da instituição de um prêmio para fomentar a expressão dos talentos artísticos da comunidade escolar, em particular dos alunos. ;Em outubro, havia quatro conselhos de segurança. Hoje, temos 100 formados, sendo que 65 bastante atuantes;, completa Atílio. ;O mesmo esforço está ocorrendo com os grêmios, porque precisamos de lideranças.; ;O grupo realiza ações tanto no campo da prevenção e do fomento da cultura de paz quanto nas situações em que a violência está instalada;, explica o secretário José Luiz Valente. Um dos principais parceiros do governo local é o Ministério Público, que trabalha, por exemplo, no projeto do Festival da Alegria com a distribuição de kits com materiais para a prática de esportes e também no prêmio Atitude Cidadã, que visa valorizar talentos artísticos das escolas públicas do DF. Serão realizadas várias etapas de seleção até a final, prevista para outubro. ;Ao todo, distribuiremos R$ 80 mil em prêmios;, adianta Atílio. Além disso, no próximo dia 21, terá início o curso Juventude, Diversidade e Convivência, para 640 professores da rede pública de ensino, com duração prevista até novembro. Gangues representam uma ameaça O medo e a violência não escolhem escolas, cidades ou classes sociais. Colégios do Plano Piloto convivem com agressões e ameaças assim como centros de ensino de Ceilândia e Brazlândia. No entanto, é possível identificar pontos marcantes de cada lugar. O Guará, por exemplo, se destaca pelas agressões físicas que, de acordo com o levantamento feito pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), envolveram, entre 2006 e 2008, 44% dos alunos entrevistados. ;Sou da turma da Quadra 17 do Guará e a gente detona;, provoca Paulo, 16, aluno do primeiro ano do ensino médio de um dos maiores centros de ensino da cidade. ;Ano passado briguei feio com um cara de Quadra 30. Cheguei em casa com um rasgo na parte de baixo do olho, mas o garoto aprendeu a não mexer mais comigo;, completa. ;Apesar de estarem distribuídas por todo o DF, algumas manifestações de violência são mais graves, por exemplo, em áreas de menor poder aquisitivo;, explica Atílio Mazzoleni, chefe da Assessoria de Promoção da Cidadania da Secretaria de Educação. Ele se refere aos roubos e furtos que, no Plano Piloto, são praticados por 2,7% dos alunos e, em Ceilândia, por 6,5%. Com tantos casos, estudantes e pais vivem com medo. Os vizinhos, moradores do Lago Sul, Ana e Marcelo, ambos de 12 anos, fazem curso de inglês no Centro Interescolar de Línguas, no colégio Elefante Branco (Asa Sul), todas as terças e quintas, e só são autorizados pelos pais a sair da proteção das grades da escola quando os adultos chegam para buscar. ;Minha mãe chega para buscar a gente e dá uma buzinada. Só nessa hora eu posso sair do colégio;, explica Ana. Gangues representam uma ameaça O medo e a violência não escolhem escolas, cidades ou classes sociais. Colégios do Plano Piloto convivem com agressões e ameaças assim como centros de ensino de Ceilândia e Brazlândia. No entanto, é possível identificar pontos marcantes de cada lugar. O Guará, por exemplo, se destaca pelas agressões físicas que, de acordo com o levantamento feito pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), envolveram, entre 2006 e 2008, 44% dos alunos entrevistados. ;Sou da turma da Quadra 17 do Guará e a gente detona;, provoca Paulo, 16, aluno do primeiro ano do ensino médio de um dos maiores centros de ensino da cidade. ;Ano passado briguei feio com um cara de Quadra 30. Cheguei em casa com um rasgo na parte de baixo do olho, mas o garoto aprendeu a não mexer mais comigo;, completa. ;Apesar de estarem distribuídas por todo o DF, algumas manifestações de violência são mais graves, por exemplo, em áreas de menor poder aquisitivo;, explica Atílio Mazzoleni, chefe da Assessoria de Promoção da Cidadania da Secretaria de Educação. Ele se refere aos roubos e furtos que, no Plano Piloto, são praticados por 2,7% dos alunos e, em Ceilândia, por 6,5%. Com tantos casos, estudantes e pais vivem com medo. Os vizinhos, moradores do Lago Sul, Ana e Marcelo, ambos de 12 anos, fazem curso de inglês no Centro Interescolar de Línguas, no colégio Elefante Branco (Asa Sul), todas as terças e quintas, e só são autorizados pelos pais a sair da proteção das grades da escola quando os adultos chegam para buscar. ;Minha mãe chega para buscar a gente e dá uma buzinada. Só nessa hora eu posso sair do colégio;, explica Ana. Moral Pequenos furtos e brigas dão moral ao adolescente na galera. A pichação com o nome dele espalhado pela cidade garante a identidade da gangue. Em Samambaia, 3,9% dos alunos admitiram fazer parte dessas galeras. Apesar de alto, o percentual não chega nem perto de cidades vizinhas. Em Ceilândia, é quase o dobro. E, em Taguatinga, o número, segundo a pesquisa, chega a 8% (veja mapa). Além da violência, as gangues trazem medo para a escola porque, com elas, os alunos passam a ser divididos em grupos fechados. Quem não se encaixa em algum fica isolado e, mesmo assim, corre o risco de ser alvo de confusões. A ação das gangues é vista pela maioria dos alunos. Uma média de 71% deles constata a presença de pichações ou depredações em sua escola, sendo que a cidade com maior número de casos de vandalismo nos colégios é Ceilândia, com 81,6%. (EK)

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