Cidades

Instalações provisórias da UnB em Ceilândia e no Gama estão lotadas

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postado em 09/05/2009 08:16
Não cabem mais alunos nas instalações provisórias da Universidade de Brasília (UnB) em Ceilândia e no Gama. As salas e os laboratórios cheios deixam claro que os espaços não comportam os 484 calouros esperados para o próximo semestre ; 244 em Ceilândia e 240 no Gama. Como as obras dos prédios definitivos atrasaram e ainda estão no início, governo e universidade se apressam para dar um jeito de receber, também de maneira improvisada, os novos universitários. As aulas da UnB nas duas cidades começaram em agosto do ano passado. Em Ceilândia, parte do Centro de Ensino Médio (CEM) 4 foi adaptada para atender os alunos. No Gama, o governo local cedeu o prédio do antigo fórum. A ideia era que os alunos ficassem nesses lugares até, no máximo, julho deste ano, quando os câmpus ficariam prontos. Mas a previsão inicial não vingou. Representantes da universidade e do GDF se reuniram nas últimas semanas em busca de uma solução. Em Ceilândia, a intenção é conseguir mais três salas do CEM 4. Mas, para isso, alunos do centro de ensino teriam de ser remanejados para outras escolas da cidade. No Gama, está quase certo que a UnB poderá usar uma ala do Estádio Bezerrão. ;Vamos dar um jeito, não faltará espaço;, promete Ilton Mendes, gerente do projeto do governo UnB nas Cidades. A diretora do câmpus de Ceilândia, Diana Lúcia Pinho, espera a definição para planejar o próximo semestre. ;Temos que ter a garantia do espaço para elaborar a lista de oferta de disciplinas, que precisa ser fechada até julho;, justifica. Ali, os 480 alunos dos cinco cursos de saúde são distribuídos em seis salas, pela manhã e à tarde, e usam um laboratório dividido em quatro espaços. ;Com as instalações de hoje, não temos condições de atender mais 240 alunos;, diz a diretora. No Gama, as dependências do antigo fórum abrigam cinco salas de aula e dois laboratórios para os estudantes de engenharia. ;Não são as condições ideais, mas são melhores que as do início da UnB;, ressalva o diretor da unidade, Alessandro Borges. Em abril de 1962, a UnB começou a funcionar no 9º andar do prédio do Ministério da Saúde. Só alunos de arquitetura assistiam às aulas no câmpus da Asa Norte, então em obras. Os dois diretores destacam que a situação não tem, por ora, prejudicado as atividades. ;Houve um pequeno atraso nas obras, os alunos não estão acomodados da melhor forma possível, mas as aulas e o vestibular não foram nem serão atingidos;, reforça Ilton Mendes. As inscrições para o vestibular do segundo semestre deste ano ficam abertas até 21 de maio. Licitação A obra do câmpus de Ceilândia envolve, inicialmente, a construção de dois prédios e custará cerca de R$ 18 milhões. O dinheiro virá do GDF. A do Gama será financiada pela UnB. Serão R$ 8 milhões para o primeiro prédio. O segundo, que deve sair pelo mesmo valor, ainda está em fase de licitação. A nova previsão é que, nos dois casos, as aulas comecem a ser ministradas nas estruturas definitivas no primeiro semestre de 2010. De acordo com Ilton Mendes e o diretor do centro responsável pelos projetos arquitetônicos da universidade, o arquiteto Alberto de Faria, três motivos atrasaram as obras: a demora na liberação da licença ambiental; as empresas que ganharam a licitação e depois desistiram, forçando o lançamento de outros editais; e as chuvas. ;Vamos acompanhar de perto o trabalho para que os prazos sejam cumpridos;, afirma Faria. O Correio visitou as obras na última quinta-feira. No câmpus do Gama, às margens da DF-480, pista de acesso à cidade, apenas dois operários trabalhavam. A demarcação da área onde o primeiro prédio será erguido ainda nem terminou. Em Ceilândia, a construção, a cerca de 3km do CEM 4, também está em fase inicial, nos alicerces. Falta de espaço Os universitários temem que, com os novos calouros, a situação fique insustentável. ;Por enquanto, cabe todo mundo, mas e no próximo semestre?;, preocupa-se a estudante de gestão em saúde Daiane da Silva, 20 anos. ;Mas melhorou depois que mudamos para cá;, completa a aluna de enfermagem Geovana Morais, 18. Em novembro, as turmas deixaram o prédio do Núcleo de Práticas Jurídicas da UnB, também em Ceilândia, e foram para o CEM 4. Os alunos reclamam que as instalações provisórias não possuem lanchonete adequada nem lugar para tirar xerox. ;Estou pensando em desistir;, confessa a estudante de enfermagem Fernanda Garzedini, 20. ;Mas não é tudo ruim. Os equipamentos dos laboratórios são novos e temos coisas melhores do que as do câmpus Darcy Ribeiro (na Asa Norte);, pondera a colega de curso Brunna Carvalho, 18. A unidade improvisada abriga uma biblioteca com 2,3 mil livros novos, por exemplo. No Gama, não há biblioteca. É preciso recorrer ao câmpus do Plano Piloto. A falta de espaço, porém, é o principal problema. ;Onde vão colocar mais 240 pessoas aqui?;, questiona João Vitor Sahadi, 18, aluno de engenharia automotiva. ;Falta espaço, mas o ensino é excelente;, frisa o universitário Igor Luiz Bernardes, 17.

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