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Impulsionada pelo metrô, Samambaia é a cidade que mais cresce no DF

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postado em 11/05/2009 08:26
Às vésperas de completar 20 anos, Samambaia passa por uma transformação. A cidade que mais cresce no Distrito Federal atraiu o interesse das grandes empresas da construção civil e dezenas de edifícios, com apartamentos destinados à classe média, começam a surgir no Centro. A distância até o Plano Piloto, que hoje é de 30km, será encurtada para 22km com a criação da via Interbairros (leia texto nesta página). Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma) tem um projeto urbanístico que vai dar cara nova à região oeste da cidade. Com a expansão e a criação dos novos empreendimentos, a população vai saltar das atuais 188 mil pessoas para 200 mil habitantes até 2020, um crescimento de 6,3% em pouco mais de 10 anos. Com boa infraestrutura urbana, incluindo três estações do metrô, Samambaia ainda tem extensas áreas urbanas vazias que serão ocupadas ao longo dos próximos anos. A cidade é a primeira em número de lotes licitados pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). Desde 2007, a empresa vendeu 633 terrenos na região, que renderam R$ 220 milhões aos cofres públicos. Só este ano, a companhia ofereceu 115 imóveis vazios na região, cujas vendas somaram R$ 27,5 milhões. Esse valor só perde para o Setor Noroeste, cujas projeções começaram a ser vendidas este ano. O estoque de lotes do governo em Samambaia ainda é grande. Segundo o diretor comercial da Terracap, Dalmo Alexandre Costa, há terrenos com destinação comercial, industrial e habitacional que serão incluídos nos próximos editais. Ele afirma que o sucesso de vendas em Samambaia surpreendeu a direção da empresa. ;A procura tem sido grande e a inclusão de lotes em Samambaia nos editais tem dado bons resultados para a Terracap;, garante. ;Os preços são acessíveis e os imóveis são de fácil absorção pelo mercado imobiliário. A infraestrutura consolidada da cidade tem impacto positivo nas vendas;, finaliza Dalmo. Uma das grandes áreas vazias de Samambaia fica próxima à Administração Regional e à futura Vila Olímpica. Ali, será construída a estação 35 do metrô e um novo centro urbano. Os projetos para a ocupação da região já estão prontos e preveem conjuntos de prédios de quatro a seis andares integrados a vilas de casas geminadas. ;Essa nova área habitacional terá 3,4 mil novas unidades, com uma população de 12 mil pessoas. A ocupação será ao longo do eixo do metrô e terá uma faixa pequena de edificações;, explica a subsecretária de Planejamento Urbano da Seduma, Rejane Jung. Outro importante núcleo urbano que está surgindo em Samambaia fica próximo à Quadra 301. Ali, várias empresas do setor da construção civil arremataram projeções em concorrências públicas da Terracap e lançaram empreendimentos voltados para a classe média. São os primeiros com esse perfil na cidade. A expectativa é que esses lançamentos valorizem a região. Empresas interessadas As empresas do mercado imobiliário apostam no aumento da demanda por moradia em Samambaia depois da inauguração do novo Centro Administrativo do GDF, cuja construção é prevista para um terreno em frente à estação 22 do metrô, onde hoje funciona a rodoviária de Taguatinga. A proximidade com Samambaia vai fazer com que muitos funcionários públicos busquem moradia na região. A Via Engenharia, uma das principais empresas da cidade, aposta nessa tese. O presidente da construtora, Fernando Márcio Queiroz, explica por que decidiu investir na cidade. ;Samambaia é uma cidade em pleno desenvolvimento, com acesso fácil de transporte e um valor de metro quadrado bastante acessível;, justifica. Ele aposta no crescimento e na valorização da região. ;O desenvolvimento urbano de Samambaia vai valorizar os empreendimentos;, acrescenta o empresário. A Via vai construir um condomínio fechado com apartamentos de dois e três quartos e extensas áreas de lazer. O preço médio do metro quadrado é de R$ 2,3 mil. Outras empresas como a Tenda e a MB Engenharia também têm anúncios de empreendimentos na região. Além das áreas voltadas para a classe média, Samambaia ganhou novas quadras onde estão sendo assentadas famílias removidas de invasões ou que ocupavam irregularmente regiões de proteção ambiental do DF. Pessoas em áreas de risco no Varjão e na Vila Rabelo também foram transferidas para as quadras 800 e 1000. Os lotes foram distribuídos dentro da política habitacional do GDF. O secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Cássio Taniguchi, explica que o governo preferiu adensar áreas já consolidadas a criar novas cidades, como foi feito no passado. Assim, o gasto com infraestrutura é menor e os novos moradores podem usufruir das benfeitorias pré-existentes. ;Samambaia, por exemplo, tem o metrô e uma excelente rede de transportes públicos;, justifica o secretário. A comunidade está otimista com a chegada dos novos projetos e empreendimentos. Mas alguns temem que o crescimento populacional traga problemas. O presidente da Associação de Moradores de Samambaia, Domício Silva do Carmo, diz que é a favor da expansão, mas defende maiores investimentos em segurança e saúde. ;A cidade tem que crescer de forma organizada. Não queremos mais problemas de trânsito;, diz Domício. ;Mas os novos empreendimentos para a classe média vão valorizar Samambaia;, aposta.

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