Jornal Correio Braziliense

Cidades

Novacap tem novo senhor das flores

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Levou mais de dois meses para que o lugar ocupado há 40 anos pelo ;jardineiro fiel;, Ozanan Coelho, tivesse um ;novo dono;. Há 16 dias, Daniel Marques, de 63 anos, assumiu uma responsabilidade nada fácil: a de substituir o engenheiro agrônomo que criou todos os jardins e gramados da capital federal. À frente do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), o atual chefe do DPJ conta os principais desafios e projetos da nova gestão. Diferentemente de Ozanan que saiu de Barbalha, no Ceará, para arborizar a capital do Brasil, Daniel Marques é natural de Anápolis, cidade a 160km de Brasília. ;Eu não vim para Brasília, Brasília é que veio para mim;, brinca. Mesmo tendo nascido na cidade goiana, Marques morou a maior parte de sua vida em Planaltina, cidade satélite do DF. ;Na época não tinha hospital em Planaltina, foi um dia de viagem para minha mãe chegar em Anápolis, conta ele;. Terceiro de seis filhos, o chefe do DPJ fez o curso primário e secundário em Planaltina, já o ensino médio no Elefante Branco e no antigo Centro Integrado de Ensino Médio da Universidade de Brasília (UnB). ;Na década de 60 não tinha o curso de agronomia na UnB, por isso tive que me mudar para Goiânia;, conta. De volta a Brasília, em 1970, Marques passou no concurso da Secretaria de Educação, e passou a lecionar matemática. Em seguida, passou para o cargo de engenheiro agrônomo da Fundação Zoobotânica, na época ligada a Secretaria da Agricultura. Ele ainda exerceu os cargos políticos de deputado distrital (por dois mandatos), e administrador regional de Planaltina. Marques também esteve à frente da Secretaria de Agricultura do DF, no período de 14 de dezembro de 2004 a 20 de março do ano seguinte. A excelência dos jardins Antes de deixar o cargo, Ozanan revelou sua preocupação em levar as cidades-satélites ao mesmo nível de arborização do Plano Piloto, Sudoeste, lagos Sul e Norte, fato compartilhado com Marques. Segundo ele, essa é uma das principais prioridades da nova gestão. ;É muito importante fazer o contra-fluxo para que essas cidades tenham vida própria. Ainda não temos condições de levar esta cultura nas regiões;, afirma. No entanto, o chefe do DPJ conta que a idéia é fazer um contato com as administrações (RA's) e a Secretaria de Educação. ;Falta a cultura de querer ver a cidade bonita. Como administrador, vi muitos jovens arrancarem flores de jardins sem motivo. É preciso fazer um trabalho nas escolas e implementar canteiros e parques nestes locais;, conclui. Entre os desafios também está o de modernizar o órgão. ;A estrutura é a mesma há 30 anos. O governador garantiu que dará todo o suporte para reorganizar administrativamente o DPJ. Precisamos dinamizar mais nossos serviços;, explica Marques. A terceira das prioridades é de substituir alguns equipamentos. ;Com o passar dos anos as máquinas para irrigação e manutenção das áreas ficaram muito velhas. O projeto para equipar os departamentos já estão prontos, agora só falta aprovar;, diz otimista.