Cidades

No DF, 2,6 mil pessoas morrem por ano de doenças provocadas pelo tabagismo

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postado em 25/05/2009 14:20
Por ano, 2,6 mil pessoas morrem de doenças provocadas pelo tabagismo no Distrito Federal. Um terço delas por doenças cardiovasculares, além do derrame cerebral, enfarto agudo do miocárdio e de câncer, na sua maioria de boca, laringe e pulmão. Um evento programado para o próximo dia 31 (domingo) pretende promover a conscientização da gravidade do tabagismo no dia em que se comemora o Dia Mundial Sem Tabaco. O coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do DF, Celso Rodrigues, conta que pela primeira vez em Brasília haverá uma caminhada dos ex-fumantes no Parque Dona Sarah Kubitschek, mais conhecido como Parque da Cidade. ;Reservamos 2,5 mil camisetas que serão trocadas por 1kg de alimento não- perecível e doados a entidades que cuidam de pacientes com câncer e dependentes químicos;, explica. Além disso, fumantes e ex-fumantes que forem até o Parque poderão passar por exames preventivos de câncer bucal e teste de capacidade pulmonar. Segundo Rodrigues, atualmente no DF existem 300 mil fumantes. Em 2008, 2 mil 604 perderam a vida, o que equivale a oito pessoas por dia. Duzentos e noventa e oito delas de câncer de pulmão, destas 100 eram mulheres. ;Não tem doença no mundo que mate tanto como as provocadas pelo tabagismo. O número de óbitos de mulheres tem aumentado cada vez mais. O organismo das mulheres é mais suscetível à doença;, afirma o coordenador do programa no DF. Prejuízo O DF gasta por mês mais da metade da receita que recebe do Governo Federal para assistência à saúde com tratamentos e diagnósticos de doenças relacionadas ao tabaco. São R$ 12 milhões dos R$ 20 milhões que a Secretaria de Saúde recebe mensalmente. ;Não temos estudos, mas acreditamos que a maioria dos leitos dos hospitais, hoje, estejam ocupados por fumantes;, conta o coordenador do Programa de Controle do Tabagismo, Celso Rodrigues. Tratamento A rede pública de saúde tem hoje 31 unidades de tratamento disponíveis para aqueles que desejam largar o cigarro. Os interessados devem ligar para 0800 61 1997, e informar o local onde mora e trabalha, em seguida o atendente orienta a pessoa a procurar o Centro de Saúde mais próximo que oferece o serviço. O tratamento é gratuito e inclui os medicamentos necessários. O fumante deve comparecer a quatro reuniões de grupo, uma vez por semana no período de quatro semanas consecutivas. Cada encontro tem a duração de duas horas. Após isso, as sessões passam a ser de 15 em 15 dias, durante dois meses. Alcançados isso, passa a ser mensalmente. A pessoa é considerada ex-fumante após um ano de tratamento. O Programa de Controle do Tabagismo também oferece seis cursos de tratamento ao tabagismo por ano para especialista da rede pública e privada. ;Queremos que todos aprendam a tratar o fumante direitinho;, disse Rodrigues. Um tratamento como este na rede particular pode ;doer; o bolso. A consulta inicial sai a R$ 300, e as outras a R$ 150 (cada). Hoje, poucos profissionais aceitam convênios. Segundo Rodrigues, as pessoas preferem procurar o atendimento público por conta dos valores cobrados nos remédios. Uma goma sai a R$ 1 a unidade, os adesivos a R$ 50 uma caixa que serve para 7 dias e de R$ 80 a R$ 100 uma caixa de 60 comprimidos antidepressivos, o Bupropiona. Um remédio mais moderno, ainda não disponível na rede pública, pode sair a R$ 700, para ser usado em 12 semanas. Alerta! O costume indiano que tem tomado conta das festas de jovens e adolescentes do DF, o narguillé, apesar de parecer inofensivo é mais prejudicial do que o cigarro. ;Uma tragada equivale a 10 cigarros. Após quatro rodadas, eles ficam dependentes;, explica Rodrigues. A droga pode variar entre R$ 30 a R$ 300. Ele explica que as pessoas acreditam que como a tragada passa por cima da água, e ela fica com cor de café acontece uma purificação. Mas, apesar de permanecer aromas de morango, baunilha e chocolate nos lábios, a nicotina não fica na água. ;Faço um alerta aos pais para esclarecerem isso aos seus filhos. Verificamos também a possibilidade de se criar uma lei no DF proibindo o naguillé;, diz.

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